terça-feira, 30 de novembro de 2010

Niepoort LBV 2005

Nestas tardes e noites frias de Outono, nada sabe melhor do que estar em casa a ouvir a chuva a cair lá fora. O cenário outonal melhora muito se nos fizermos acompanhar por uns chocolatitos e um bom vinho do Porto, como é o caso deste LBV que trouxemos do almoço em S. Martinho do Porto.
Para quem é apreciador de vinho esta tradição de magusto da família da Sara é o Céu! Todos os anos assistimos a um desfile de vinhos, cuidadosamente escolhidos pelo J.P., que termina sempre com um fabuloso vinho do Porto, a acompanhar os pasteis de tentugal, os doces levados de Aveiro e as castanhas assadas. Este ano as honras finais couberam a este néctar da Niepoort, que tivemos o prazer de "provar" repetidas vezes.

No final, a segunda garrafa ficou a meio e nós fomos os felizes contemplados para a trazer para casa. Este vinho é delicado, de cor rubi intensa, com predomínio dos frutos negros e com um toque de chocolate, o que faz com que vá muito bem com qualquer coisa que envolva chocolate amargo de qualidade.

É sem dúvida mais um grande Porto, para abrires em qualquer altura que precises de impressionar alguém e com a garantia de que não vais fazer má figura!

Produzido em: Cima Corgo
Região: Douro
Tipo: Vinho do Porto
Castas: Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinto Cão, Tinta Francisca, Tinta Amarela, Sousão, Tinta Roriz

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Romã e Mascarpone com Almendrados

Não fora o trabalho que dá separar os bagos das romãs, provavelmente a romã seria a minha fruta favorita. Gosto da cor das suas bagas, gosto da frescura que explode dentro da boca quando as trincamos e também gosto do atrevimento que as bagas dão a esta sobremesa.

O creme é perfeito e no meio do mascarpone espreitam pequenos rubis que chamam por nós e que nos segredam ao ouvido "Saboreia-me devagar..." e nos fazem crescer água na boca. Outra coisa que me agrada nesta sobremesa é o contraste entre a leveza do creme e a intensidade dos almendrados. Não tenham medo, experimentem e vão ver que não se vão arrepender...

Para 6 pessoas
- 1 embalagem (250 g) de mascarpone
- 1 pacote (200 ml) de natas frescas
- 4 c. sopa de açúcar baunilhado
- bagas de 1 romã + 1/2 para enfeitar
- 250 g de almendrados
- 6 c. de sobremesa de geleia de marmelo

1. Bate bem as natas. Adiciona o mascarpone e o açúcar baunilhado. Mistura bem até obteres um creme homogéneo. Junta as bagas da romã e envolve bem na mistura anterior. Leva ao frigorífico até à hora de servires.

2. Na hora de servir distribui metade dos almendrados, grosseiramente partidos, por taças ou por copos individuais. Faz camadas alternadas de almendrados e de creme. Termina com uma camada geleia de marmelo e de bagas de romã. Serve fresco com mais almendrados inteiros.

domingo, 14 de novembro de 2010

Mercado da Fruta das Caldas da Rainha

Por altura do São Martinho a minha família vai toda até São Martinho do Porto para um almoço, onde não falta o cozido à portuguesa, bom vinho, caramujos, ovos moles e castanhas assadas. Este ano fomos com os meus pais um bocado mais cedo para antes do almoço irmos às Caldas da Rainha, ao Mercado da Fruta.

Na Praça da República das Caldas, realiza-se todas as manhãs um mercado ao ar livre onde vais encontrar agricultores a venderem fruta, legumes e flores, mas também queijo, pão, cerâmica e cestos em verga. Como estamos em tempo de magusto também havia castanhas assadas, onde não faltava um copinho de vinho de mesa para acompanhar.

Os produtos frescos e cheios de sabor, como a fruta saborosa que encontramos na região do Oeste, podem fazer toda a diferença numa receita. A minha ideia era dar uma primeira volta a ver o que havia para venda e depois decidir o que levar numa segunda volta, só que o meu pai começou a ficar impaciente e com pressa e já não houve segunda volta para ninguém...
Saimos de lá com uma mão-cheia de ingredientes magníficos para futuras experiências culinárias. Trouxemos clementinas para repetir o doce de abóbora de Natal que fizemos no ano passado e umas malaguetas, em forma de sino, para fazer uma entrada com requeijão. As malaguetas foram compradas numa pequena banca de agricultura biológica, com umas cores... Deu-me vontade de comprar de tudo, mas como sei que actualmente o tempo para cozinhar não é muito, tive de resistir à tentação de comprar a banca toda à rapariga. Também comprámos batata branca pequenina para fazer batata a murro um dia destes.

Gostei muito de voltar a esta praça e morro de inveja dos caldenses, que podem usufruir dela todos os dias, percorrendo a calçada portuguesa à procura dos ingredientes certos para as suas refeições. Tenho pena de em Aveiro não existir nenhum mercado deste género, já que nós adoramos vaguear pelos mercados, no meio do cheiro a fruta, da cor intensa dos legumes e das pessoas... Os mercados de rua, como este, são um património cultural que nunca se devia perder, por serem sítios onde só de olharmos para os produtos poisados nas bancas, seja fruta ou peixe, nos cresce água na boca e que dão vida às cidades!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Trifle de Maracujá

Finalmente chegou o dia... Hoje festejamos o nosso post 100 e, nem de propósito,  foi também o dia em que a P. me entregou os chocolates que pedi para nos trazer de Florença. Digam lá, há melhor maneira de festejar do que com chocolate, enquanto admiramos a "obra" feita?!?!... 

Olhando para trás, vemos que foi uma longa caminhada, cheia de aprendizagens. A coisa mais importante que aprendemos, foi mesmo a maneira de partilharmos os dois a cozinha. Não foi fácil, mas chegámos lá! Aprendemos que os pratos nem sempre correm como nós queremos e que lidar com os fracassos culinários faz parte da viagem. A par disso aprendi a melhor maneira de fotografar os pratos, respeitando os limites da nossa máquina fotográfica, uma Olympus FE115, fui descobrindo os melhores spots fotográficos, de acordo com a hora do dia e também as condições de luz disponíveis, aprendi que é melhor experimentar receitas novas ao almoço, que é quando ainda temos luz natural e que nisto de blogs de comida é melhor fazer sobremesas, pois dá para fazer para o jantar dum dia e fotografar no dia seguinte, basta deixar uma porção de lado ou então rezar para que sobre qualquer coisita para a sessão fotográfica...

Para assinalar este marco tão importante, fiz algo que já não fazia há muitos anos e que foi a primeira coisa que confeccionei em toda a minha vida, pão-de-ló. Juntei-lhe natas e maracujá e puff!... fez-se Trifle de Maracujá, da Nigella Lawson.
Foi a minha avó R. quem me ensinou a fazer pão-de-ló e, a par de outras coisas que ela me ensinou, a aluna superou a professora. No final fiquei a fazer pão-de-ló muito melhor do que ela e acho que ela levou isso a peito e, por isso, nunca me ensinou a fazer arroz doce...

O pão-de-ló é capaz de ser  a receita mais fácil de se fazer, sendo excelente para pôr os mais novos no meios das formas e de avental. Mas, por favor, não façam como a minha avó que me "obrigava" a bater as claras em castelo à mão. Achava esse trabalho muito estúpido, tendo em conta que alguém se tinha dado ao trabalho de inventar a batedeira eléctrica! Também não gostava nada do salazar, onde é que já se viu eu a ter o trabalho todo a fazer o bolo e a querer ficar com um pouco de massa na taça para rapar e não, vinha o raio do salazar e rapava tudo para dentro da forma. Como era difícil a vida de criança...

Pão-de-Ló

- 6 ovos
- 12 colheres de açúcar
- 6 colheres de farinha

1. Pré-aquece o forno a 190ºC. Unta uma forma (normalmente uso uma forma redonda com buraco no meio, mas para esta receita é mais prático usares a forma do tipo bolo inglês).

2. Separa as claras das gemas e bate as claras em castelo. Mistura as gemas com o açúcar até obteres um creme esbranquiçado. Junta as claras em castelo e envolve bem. Adiciona a farinha e bate até que a massa faça olhinhos (esta parte demorava eternidades quando tinha de fazer tudo sem recurso à batedeira eléctrica).

3. Verte a massa para dentro da forma e leva ao forno durante 45 minutos ou até um palito sair limpo e seco.

Trifle de Maracujá

- 400 g de pão-de-ló
- 125 ml de sumo de laranja
- 500 ml de natas
- 4 c. sopa de açúcar em pó
- 8 maracujás

1. Corta o pão-de-ló em bocados pequenos e distribui metade num prato alto, despeja metade do sumo sobre o bolo. Faz uma segunda camada com o restante bolo e despeja o resto do sumo.

2. Bate as natas com o açúcar em pó, até estarem firmes. Mistura a polpa de dois maracujás e espalha esta mistura para cima do pão-de-ló húmido. Espalha a polpa dos 6 maracujás restantes por cima do creme branco e leva o trifle ao frigorífico até à hora de servires.