sábado, 31 de dezembro de 2011

Sumo de Romã

Devagarinho aproxima-se mais uma noite de passagem de ano. Quando damos por isso estamos a pensar nos momentos mais marcantes do ano que deixamos para trás e a olhar para o ano que se aproxima, cheio de promessas. Para quem procura uma bebida não alcoólica para brindar nesse instante repleto de nostalgia e esperança, nada melhor do que este sumo expremido de pequenos rubis. Para aqueles que preferem brindar com álcool é só acrescentar espumante ou vodka.

Para 1 jarro
- sumo de 2 romãs
- 2 garrafas de água com gás
- sumo de 1 limão
- 2 c. sopa de açúcar baunilhado
- folhas de hortelã

1. Retira os bagos às romãs. Com a varinha mágica tritura os bagos e passa a "papa" por um coador.

2. Coloca num jarro o sumo de romã. Adiciona a hortelã e o sumo de limão. Adiciona a água com gás e o açúcar baunilhado. Mexe bem com o cabo de uma colher de pau.

3. Serve o sumo com gelo e brinda a um Excelente 2012, acompanhado de boa comida.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Chutney de Ameixas

Um toque de especiarias adicionado a uma receita que vem na Visão Gourmet Outono/Inverno 2011. Para usar com carnes assadas ou simplesmente por cima de uma fatia de queijo ou de pão torrado.

Para 1 frasco
- 8 ameixas pretas
- 2 cálices de vinho de Porto
- 1 cálice de sumo de limão
- 2 sementes de cardamomo
- 1 pau de canela
- sal
- 1 c. de chá de mel

Descasca as ameixas e pica-as em cubos pequeninos. Leva a lume brando com o vinho do Porto, o sumo de limão, os grãos de cardamomo e o pau de canela. Tempera com sal e deixa reduzir durante 15 minutos, mexendo de vez em quando. Adiciona o mel e deixa caramelizar. Retira do lume. Remove o pau de canela e passa o chutney para um frasco esterelizado. Fecha o frasco e vira-o ao contrário. Deixa-o estar virado até arrefecer, de maneira a criar vácuo.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Polvo à Lagareiro

Nunca imaginei que só agora é que iamos conseguir esvaziar o congelador, e assim poder ver o frigorífico completamente limpo e arrumado. A comida tem destas coisas e o nosso congelador parecia uma central de camionagem, tal era o chega e parte de peixe e carne. Cada vez que eu achava que ia poder descongelar o dito, o Miguel ia à pesca, o meu pai trazia peixe ou os meus sogros mandavam carne. Até que chegou um dia que acordei e pensei "Hoje está um dia perfeito para desligar o frigorífico!". E assim foi... Directamente do congelador para o frigorífico saíram uns peixinhos que mais tarde se transformaram em sopa de peixe e um polvo que se converteu num polvo à lagareiro, o meu substituto preferido do bacalhau cozido com todos na consoada.
Não tenho nada contra o senhor bacalhau cozido, mas quando descobri que havia zonas do país onde o rei da noite de Natal era o polvo fiquei encantada e passei a sonhar com o dia em que ia comer polvo na ceia de Natal. Esse dia chegou há dois anos atrás, pela mão da mãe do Miguel,  sob a forma de um tenrissímo polvo à lagareiro e desde aí nunca mais cheguei perto do tradicional bacalhau.

Para 4 pessoas
- 2 kg de polvo
- 1 cebola com casca
- 800g de batatas novas
- azeite
- 4 dentes de alho picados
- piri-piri em pó
- sal
- 1 molho de grelos

1. Coloca o polvo e a cebola com casca numa panela. Cobre com água e leva a panela ao lume até a cebola estar cozida e o polvo tenro (mais ou menos 30/40 minutos). Escorre o polvo e reserva-o.

2. Coze ligeiramente as batatas com pele. Depois de escorridas, deixa arrefecer um pouco e dá um murro em cada uma (podes cobrir a mão com um pano da loiça para não te queimares ao "esborrachares" as batatas. Também podes aproveitar para imaginar a cara de alguém que não gostes. Bastante terapêutico).

3. Coloca o polvo inteiro no centro de uma travessa de ir ao forno, com as batatas à volta. Coloca o alho picado, tempera com sal e piri-piri a gosto e rega com uma boa quantidade de azeite. Leva ao forno pré-aquecido a 180ºC durante 30 minutos, até que as batatas estejam douradas e o polvo tostado.

4. Serve quente acompanhado com grelos cozidos e broa de abóbora.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Lombo Recheado com Castanhas

Não sei se será pela falta da árvore de Natal nas pontes ou por não haver iluminações e músicas de Natal na rua, mas a verdade é que ainda não entrámos no espírito natalício. Ainda me custa acreditar que faltam poucos dias para a azáfama típica desta quadra e que não tarda vou estar a repetir este clássico do nosso almoço de Natal. O lombo recheado por si só já é um aconchego para estes dias frios, mas juntar-lhe as castanhas torna-o ainda mais reconfortante e prepara-nos para a tradicional tarde de Natal no sofá, a ver filmes e a comer chocolates.

Desde o último Natal que acho que faz falta a esta carne alguma coisa para tornar o prato mais leve. Por isso antes do grande almoço natalício decidi reproduzir a receita para experimentar o lombo com uma salada morna de maçã que vinha na Visão Gourmet. A salada é engraçada mas não ligou bem com a carne, por isso no dia de Natal vou experimentar acrescentar couves de Bruxelas. Segundo o Taste Buds e o Dicionário de Sabores este legume emparelha bem com castanhas. Vamos lá ver como é que esta alteração corre...

Para 6 pessoas
- 1,2 kg de lombo de porco (pede ao homem do talho para o abrir)
- 500 g de castanhas congeladas
- 20 ameixas secas, descaroçadas e cortadas em bocados
- 12 nozes, grosseiramente picadas
- 1 cebola, picada
- 100 g de bacon, cortado em palitos
- 2 cálices de vinho do Porto
- segurelha
- margarina
- azeite
- sal

1. Pré-aquece o forno a 190ºC.

2. Tempera o lombo de porco, por dentro e por fora, com a segurelha e o sal. Deixa repousar durante 20 minutos.

3. Frita o bacon com a margarina e a cebola picada até alourar. Retira do calor e junta as nozes, metade do vinho do Porto e metade das ameixas secas. Recheia o lombo com o preparado de frutos secos. Enrola o lombo e ata-o com um fio de cozinha. Dá uns golpes na superfície do lombo e espeta bocadinhos de segurelha no centro dos cortes.

4. Coloca o lombo no centro de um tabuleiro de ir ao forno. Rodeia-o com as castanhas, rega com azeite e leva a assar em forno quente durante 30 minutos. Ao fim desse tempo junta as restantes ameixas e rega com o restante vinho do Porto. Assa até a carne estar tenra, regando de vez em quando com o molho que se vai formando. Se não houver molho suficiente refresca com um pouco mais de vinho do Porto ou com caldo de legumes.

5. Serve às fatias acompanhado com arroz branco.

Nota: Para o almoço de Natal acrescentei as couves de Bruxelas e gostei muito do resultado. No passo 4 substitui as ameixas por 400 g de couves de Bruxelas congeladas. Adiciona também 250 ml de caldo de legumes para o lombo não secar.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Cupcakes de Natal

Já passaram quatro anos desde o nosso primeiro post e ainda temos tantas receitas à espera de saírem do papel e passarem para os tachos... 

Como este é sobretudo um espaço de experiências, esta semana combinámos um lanche para podermos partilhar a cozinha com mais um mini chef. Apesar da extensa lista de receitas para experimentar decidimos adaptar a nossa receita de bolo de frutos secos para cupcakes, por ser uma receita simples, sem necessidade de bater claras, e porque envolvia chocolate, sem ser preciso derretê-lo em banho-maria. Basicamente reduzi todos os ingredientes a metade, à excepção da manteiga que tem que ser igual à quantidade de açúcar e de farinha. 

Cozinhar com crianças é uma "arte", sem lugar para "nojentices", sempre divertida e gratificante. O J.G. revelou-se um mini chef muito guloso e preocupado em garantir que a massa estava mesmo saborosa, através de várias provas consecutivas. Também se mostrou muito preocupado em comprovar a qualidade dos ingredientes, tendo sido mais as nozes e avelãs que foram parar à sua barriga do que à taça dos frutos secos. A qualidade do chocolate e do granulado colorido também passou no rigorosíssimo teste da lambidela dos dedos...

No final, esta foi uma excelente forma de nos imbuirmos no verdadeiro espiríto natalício de partilha e os cupcakes de Natal ficaram mais do que aprovados!

Para 12 cupcakes
- 125g de açúcar
- 125g de manteiga amolecida
- 125 g de farinha
- 2 ovos
- 1 c. sopa de doce de figo
- 1 c. de café de canela em pó
- 75 g de frutos secos (nozes, avelãs)
- 25g de chocolate, cortado em bocados pequenos
- 1 maçã descascada, cortada em bocados pequenos

1. Pré-aquece o forno a 180ºC.
 
2. Numa taça mistura a manteiga amolecida e o açúcar. Quando obtiveres uma mistura fofa adiciona os ovos, batendo bem. Junta o doce de figo, a canela e a farinha. Mistura tudo. Junta os frutos secos, o chocolate e as maçãs. Envolve estes ingredientes com uma colher ou espátula.

3. Com a ajuda duma colher de sopa distribui a mistura por doze formas de papel. Leva ao forno durante 15 minutos ou até quando inserires um palito este saia seco. Deixa arrefecer antes de colocar a cobertura.

Ganache de Chocolate
- 100g de natas
- 100g de chocolate
- 1 c. sopa de manteiga

4. Depois de colocar a massa no forno começa a ferve as natas e verte por cima do chocolate partido grosseiramente. Mexe até que o chocolate esteja completamente derretido. Junta a manteiga e mistura até que esteja completamente incorporada.

5. Cobre os queques com o chocolate e decora generosamente com granulado colorido.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Salada de Ovo e Atum

Esta é uma "mistela" que fazíamos no Verão, nas férias em S. Martinho do Porto, e púnhamos nas bolas de pão para levarmos para a praia. No Verão apetece em sandes com alface para comer a seguir ao banho, enquanto secamos ao sol. Mas no Inverno sabe bem em dias soalheiros, no quentinho da casa, barrada em torradas ou em fatias de pão rústico.

Para 2 pessoas
- 1 lata de atum em azeite
- 2 ovos cozidos
- 2 c. sopa de rodelas de azeitonas pretas
- 1 c. sopa de iogurte natural
- 1 c. sopa de maionese

Numa taça  esmaga os ovos cozidos, com a ajuda de um garfo. Junta o atum e as rodelas de azeitona. Mistura bem. Adiciona o iogurte natural e a maionese e envolve bem. Leva a "mistela" ao frigorífico durante pelo menos meia hora para refrescar.

sábado, 26 de novembro de 2011

Dona Fátima 2010

Sexta-feira depois do trabalho apanhei a minha irmã J. na estação de comboios e fomos até à Latina Adega para comprar uma garrafa de vinho para oferecermos ao nosso tio.  (Antes de continuar, há uma coisa que precisam de saber sobre mim e a J., nós não somos as pessoas mais indicadas para mandar à loja comprar vinho. Não percebemos nadita de nada sobre o assunto, mas o que fazer, calhou-nos a nós a tarefa.)

Pouco depois de entrarmos na Adega fomos abordadas pelo dono, que nos convidou para a prova de vinhos Biomanz que ia decorrer na loja. Tentámos explicar que não éramos apreciadoras de vinho, mas com a sua simpatia convenceu-nos a participar. Enquanto a prova não começava fomos passando os olhos pelas garrafas expostas a ver se alguma delas "falava" connosco. As garrafas não "falaram" mas a gerente da garrafeira falou e prestou-nos uma ajuda muito preciosa. No final, dos vinhos aconselhados, escolhemos aquele que considerámos ter o rótulo e o nome mais bonito e um dos vinhos tintos da Biomanz.

Dizem que para apreciar um vinho temos de ter três sentidos bem apurados, visão, olfacto e paladar. Eu acrescentaria também a audição, para podermos ouvir contar a história que está por trás do líquido engarrafado. A da Biomanz é uma história de recuperação do passado vitivinícola de Cheleiros (Mafra). Começaram por comprar uma pequena vinha a uma senhora cujo marido tinha falecido e ela já não tinha forças para tratar das videiras sozinha. Na vinha existia uma casta branca inicialmente desconhecida e depois identificada como sendo uma casta portuguesa quase extinta: Uva Jampal. O enólogo da casa, Ricardo Noronha, sugeriu substituir as cepas por outras de castas tintas, felizmente André Manz, o administrador da Biomanz, não foi nessa e decidiu produzir o único vinho monocasta Jampal no mundo.  

Digo felizmente porque fiquei completamente apaixonada pelo Dona Fátima!!! Andava há muito tempo à procura de um vinho que me conquistasse e sem estar à espera encontrei-o ali num fim de dia de Outono. Não me perguntem o que é que o vinho tem de especial. Ele é apetitoso e tem uma frescura trazida pelas brisas do Atlântico. Tem também o seu quê de mistério, como qualquer objecto de paixão deve ter no início, com alguns aromas que reconheço no paladar mas que não consigo identificar.

Mas este meu apaixonado quer uma relação à moda antiga e faz-se de difícil. Temos encontro marcado para Abril, quando estará novamente disponível.

Produzido em: Cheleiros
Região: Lisboa
Tipo: Branco
Castas: 100% Jampal

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Dia Nacional do Mar

Sou filha de embarcado, sou neta e bisneta de homens do mar. Por causa desta ligação familiar, e pela sua proximidade, tenho desde criança uma paixão muito grande pelo mar. Mesmo que por causa dele, em muitas viagens que duravam meses, o único contacto que tinha com o meu pai era através de cartas ou postais que atravessavam o oceano.
No dia em que regressava a terra costumávamos ir com a minha mãe para os Pilotos da Barra esperar por ele. Eu aguardava sempre a sua chegada com ansiedade. Gostava de ir a correr abrir o saco dele para sentir o cheiro a mar, misturado com o cheiro a gasóleo, que vinha agarrado às suas roupas. Claro que também esperava encontrar por lá alguma prenda.
Pensando que podia continuar a tradição familiar, mas numa vertente diferente, no secundário escolhi a área de "Produção Aquática", onde aprendi a conhecer as potencialidades do mar, a necessidade de protegermos os seus recursos e a fazer redes.  Com este conhecimento vieram as primeiras discussões lá em casa sobre a exploração excessiva dos recursos marinhos, a legislação que vinha da CEE e a falta de uma política de pesca sustentável. 

Recordo estes tempos porque hoje comemora-se o Dia Nacional do Mar e discute-se sobre como criar valor com os oceanos e sobre a economia do mar. Agora que o meu pai é recém reformado já não falamos tanto acerca do futuro dos oceanos, mas é impressionante como tantos anos depois a questão da sustentabilidade do pescado ainda continua tão presente.

Enquanto consumidores não devemos ficar à espera que o poder político encontre soluções, temos sim de escolher o peixe certo para o nosso prato. Com o gráfico "Which fish are okay to eat?", no site InformationIsBeautiful, ou numa versão mais portuguesa Que peixe comer?, podemos descobrir que peixes podemos incluir nas nossas refeições do dia-a-dia, contribuindo para que outros pais continuem a sair para o mar e a regressar com peixe nas suas redes.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Castanhas Assadas

Não houve Sol a brilhar, mas as castanhas (mesmo com bicho) não podiam faltar num dia de São Martinho, alegradas com erva-doce, que além de lhes imprimir um sabor mais outonal também deixa um cheiro adocicado em toda a cozinha.

Para 4 pessoas
- 500 g de castanhas
- 500 g de sal
- 2 mão-cheias de raminhos de erva-doce

1. Pré-aquece o forno a 200ºC.

2. Lava as castanhas e enxuga-as com um pano da louça. Faz um corte na horizontal até meio da castanha.

3. Numa taça mistura o sal grosso com os raminhos de erva-doce. Cobre um tabuleiro de ir ao forno com metade do sal aromatizado. Espalha as castanhas por cima e polvilha-as com o resto do sal. Leva ao forno durante 30 a 45 minutos.

4. Come-as quentes acompanhadas por um cálice de jeropiga ou de vinho do Porto.

sábado, 5 de novembro de 2011

Pica-Pau do Campo

O Miguel costumava apanhar santieiros (cogumelos selvagens comestíveis, designação científica Macrolepiota procera) quando andava no campo à caça, depois das primeiras chuvas. Como quem vai à despensa fomos ao campo, ver se apanhávamos alguns cogumelos para o jantar. De cestinho de verga na mão, lá iamos procurando, só que a procura não estava a correr bem. O tempo passava e a única coisa que tinhamos apanhado era erva-doce, com um cheiro maravilhoso. Mas, quando eu já pensava que iamos sair dali de mãos a abanar, o Miguel lá avistou um chapéu a espreitar pelo meio da erva, salvando assim o nosso jantar!
Já tinhamos cogumelos e erva-doce, faltava-nos um pedaço de carne, que fomos "caçar" à arca congeladora dos pais do Miguel, juntamente com mais uns cogumelos que o pai dele tinha apanhado na véspera! E foi assim que trouxemos o campo para a nossa mesa, neste pica-pau delicioso!

Para 4-6 pessoas
- 500 g de peito de frango
- sal
- 3 c. sopa de manteiga
- 1 c. chá alho em pó
- 1 c. sopa massa pimentão
- 3 c. sopa azeite
- 1 cebola picada
- 500 g de santieiros, limpos e grosseiramente cortados
- 1 copo de vinho branco
- piri-piri
- 1/2 pacote de polpa de tomate
- 1 c. sopa de maisena
- 2 c. sopa de erva-doce fresca

1. Corta o peito de frango em tiras pequenas e tempera com sal. Aquece a manteiga num wok e cozinha as tiras de carne. Cozinha durante dez minutos. Acrescenta o alho em pó e a massa pimentão. Cozinha até a carne começar a ficar caramelizada. Retira do wok e reserva.

2. Aquece o azeite no mesmo wok (sem o lavar) e aloura a cebola. Junta os cogumelos e salteia-os em lume médio durante cinco minutos. Acrescenta o vinho branco, o piri-piri e a polpa de tomate. Salteia durante mais dez minutos. Mistura a farinha maisena, usando um coador para não formar grumos.

3. Acrescenta a carne e cozinha durante mais cinco minutos. Retira do lume e mistura a erva-doce.

4. Serve quente, acompanhado por fatias de pão.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Paris

Fui ver o filme de Woody Allen "Meia-Noite em Paris". A meio do filme lembrei-me que nunca cheguei a fazer um post sobre a visita que fiz à Cidade Luz com a minha mãe, talvez por não ter ficado deslumbrada com a cidade. Dos bairros percorridos fui completamente conquistada por dois: Montmartre e Ile de Saint-Louis! Momartre pelas suas ruas estreitas com a cúpula do Sácre-Coeur sempre à espreita, pela vida imprimida pelos artistas à place de Tertre e pela atmosfera boémia. A Ile de Saint-Louis pela tranquilidade, pelo ambiente de aldeia no meio da grande cidade e pelas pequenas lojas ao longo da rua principal.
A ponte que liga a Ile de Saint-Louis à Ile de la Cité é o sítio ideal para uma pausa enquanto ouves algum conjunto que por lá esteja a tocar e pensas que sabor escolher na famosa casa de gelados Berthillon, mesmo à entrada da ilha. (Em Agosto está fechada, no entanto isso não é problema pois há muitos cafés espalhados pela cidade que vendem os seus gelados, nomeadamente o Le Flore en l'Ile mesmo ao lado.) Na minha opinião, vale a pena tirares uma manhã ou uma tarde para passeares nesta zona e conheceres as suas lojas. A que mais gostei foi a Olivier&Co, uma loja repleta de excelentes produtos mediterrânicos, como o azeite de limão que trouxemos para casa ou as bolachas de azeite, e muito mais simpática do que A l'Olivier que vem na maioria dos guias.
No que às refeições diz respeito não é fácil conseguir almoçar bem, por bom preço e sem uma multidão de turistas em volta. A boa notícia é que na Ile de Saint-Louis podes fazer um almoço sossegado e barato nas margens do Sena. Senta-te no muro da Quai de Béthune enquanto desfrutas duma baguete comprada na Boulangerie des Deux Ponts e dum sumo de laranja natural comprado numa frutaria lá ao lado, tudo acompanhado pelas notas soltas dos músicos na ponte. Finaliza aquela que pode ser a melhor refeição da tua estadia com uma bola de gelado na Amorino. Outro sítio onde também podes almoçar longe da confusão é no Cococook, um espaço clean na zona de St-Germais-des-Prés, com comida a condizer - saudável e gourmet - entre mini-tartes e sumos naturais.
Embora Paris não me tenha seduzido, há por lá uma coisa maravilhosa, a impossibilidade de não se comer chocolate todos os dias, seja nos gelados, nos macarons ou num reconfortante chocolate quente. Esta bebida acompanhada por um crossaint é uma óptima opção para um lanche. Naquele que foi o dia de regresso a casa, o chocolate quente do Angelina soube-nos a despedida.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Porto Novo

Estava anunciado temporal para o início da tarde e tínhamos planeado passar o dia no "ninho", leia-se sofá e manta acompanhados de filmes domingueiros, quando o meu telemóvel tocou. Era a A. a convidar as suas queridas irmãs para um almoço em Vale de Cambra, para gastar os vouchers que lhe tínhamos oferecido no Natal. Depois de uma noite de pândega as manas das "pontas" demoraram mais tempo a responder ao convite, e foi mesmo precisa a ajuda da nossa mãe para acordar a mana mais nova, mas mesmo ensonadas lá apareceram à hora combinada.
Volta e mais volta, subimos a serra até chegarmos a um moderno restaurante em pedra e de cozinha tradicional no lugar de Porto Novo. No seu interior descobrimos um sítio com excelente comida, muito bem acompanhada de um atendimento simpático e descontraído. Na ementa o destaque é dado às carnes, embora tenha estado quase para pedir a espetada de polvo. Começámos com uma entrada deliciosa de misto de enchidos em cama de broa frita. A seguir veio para a mesa o bacalhau em massa pão, os nacos de vitela com queijo e bacon e o costeletão de vitela, que dá para alimentar uma família de tão grande que é, tudo regado pelo magnífico vinho tinto da casa.
Enquanto a anunciada chuva começava a cair na serra só mantinha uma preocupação, será que tinha guardado espaço suficiente para a sobremesa? Num local como o Porto Novo, esta é uma questão primordial, já que as opções são muitas e todas soam maravilhosamente! As que nos marcaram e fecharam a refeição em beleza, foram a tarte de natas quente e fria e o "orgásmico" carpaccio de ananás com calda de pimenta rosa e gelado de baunilha. Impecável, é o que podemos dizer! Este é um espaço que nos agradou muito e que merece com toda a certeza uma nova visita.

Porto Novo
Maceira de Cambra
3730-301 Vale de Cambra
Tel.: 256 472 343
GPS: 8º20'56''W,40º52'32''N
Preço médio: 25€/pessoa

domingo, 23 de outubro de 2011

O Quintal e as Silvas

Era uma vez um quintal cultivado pelo meu avô e que era abundante em frutas e legumes saborosos. Após a sua morte esse quintal começou a ser engolido pelas silvas e pelas ervas daninhas. Debaixo do matagal estão guardadas muitas memórias e brincadeiras, entre elas os lanches com figos, tomados na eira sob o olhar atento do nosso avô. Podiamos brincar mas não podiamos estragar...
Recordando com saudade o tempo em que o quintal se parecia com um jardim, decidimos despertá-lo do seu sono profundo para o voltar a cultivar e para que a geração que vem a caminho o encha de novas memórias e brincadeiras...
Foi uma primeira manhã de muito trabalho dividido por toda a família. Limpar o chão, arrancar silvas, cortar árvores secas e fazer montes de lenha para o Inverno. Hoje as dores no corpo são muitas, tal como a alegria de fazer algo de novo. O único que percebe alguma coisa do assunto é o Miguel, que até sabe o nome das alfaias, mas este é um esforço conjunto de ver nascer vida na nossa terra. Para a semana espera-nos mais uma manhã de muito trabalho...

domingo, 9 de outubro de 2011

Julieta 2010

Hoje de madrugada fez sete anos que nos conhecemos e quisemos assinalar a data com a nossa primeira refeição biológica. Estamos cada vez mais rendidos aos produtos biológicos e ontem fui ao Porto à Feira Nacional de Agricultura Biológica Terra Sã 2011. Além de produtos frescos era possível comprar mel, compotas, azeite e vinho. No stand da Quinta do Romeu os produtos captaram a minha atenção por causa dos nomes e não resisti a trazer uma garrafa de azeite "Romeu" e uma garrafa de vinho branco "Julieta" para coroar o almoço biológico que tínhamos planeado para hoje. E ainda bem que os trouxe pois foi o vinho que salvou a nossa refeição de cuscuz com beterraba e cenoura assada...
A primeira vez que provei beterraba devia ter uns 15 anos e lembro-me de não ter gostado. Acontece que no outro dia as beterrabas do mercado biológico estavam com um óptimo aspecto e achei que estava na altura de dar outra oportunidade à beterraba. Infelizmente, tantos anos depois, a minha opinião mantém-se: as beterrabas sabem a terra! E o Miguel concorda. Ainda tentámos "reparar" os cuscuz tirando a beterraba e misturando atum mas o sabor desta herbácea já se tinha espalhado por todo o prato. Valeu-nos o vinho que era bom. Mas como eu não sou apreciadora de sumo de uva, apesar do fascínio que o mundo vinícola exerce sobre mim, deixo a tarefa de comentar o valor deste vinho branco biológico para o Miguel...
Julieta vale cada cêntimo gasto na sua compra. É um vinho fantástico que cai estruturado e envolve-se no copo de forma sedosa. No paladar proporciona uma agradável surpresa, também surpreendente foi o facto da Sara ter dado três ou quatro goles sem fazer cara feia!!! Não sei se isso se deve à ausência de madeira durante o estágio que se nota no sabor límpido e na cor amarela vítrea, mas sei que este vinho vai tornar-se num habitué na mesa cá de casa. Com aroma e sabor prolongados, na boca solta notas de frutos maduros, sendo excelente para acompanhar pratos frescos.

Produzido em: Quinta do Romeu
Região: Douro
Tipo: Branco
Castas: mistura de castas tradicionais do Douro, Verdelho e Moscatel

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Sul

Apontámos novamente para Sul! Iniciámos o fim-de-semana em Lisboa no Quiosque de Refresco, com uma limonada bem fresquinha a ver se disfarçava os 40ºC à sombra. Para o almoço eu queria ir até Santos mas com o calor que estava a vontade de caminhar era pouca. Por sugestão do F. fomos espreitar o Sul (Rua do Norte, 13; 3ª a Domingo das 12h00 às 15h00 e das 20h00 às 02h00). O espaço pareceu-nos acolhedor, com decoração rústica e boa música ambiente, por isso detivemo-nos por lá. Infelizmente não se deve julgar um livro pela capa e ficámos desapontados. O serviço era pouco agradável, a comida não era nada de especial e o preço era muito exagerado.
A ementa é pouco variada - anda muito à volta da carne grelhada - e para escolher tens de ler dum quadro colocado numa parede atrás das mesas, o que não facilita em nada o processo da escolha. Pedimos para entrada o duo do Sul (salada de polvo e mousse de beringela com focaccia) e depois lombo sul-americano acompanhado de chutney de uva e de arroz basmati com cardamomo e tomilho. A salada de polvo estava saborosa, no entanto não passava de uma amostra de polvo paga quase a peso de ouro. O lombo era mediano e o arroz era pouco aromatizado e muito parecido com um qualquer arroz branco. Nada do que comemos justifica os preços praticados e acreditamos que é possível comer bem melhor em Lisboa pelo mesmo preço ou até por menos...

Desconsolados com a refeição fomos até à Esplanada do Adamastor comer um gelado, beber um fininho e aproveitar o resto do dia.

domingo, 25 de setembro de 2011

Compota de Marmelo no Forno

"Dois caminhos bifurcavam, e eu
O menos pisado tomei como meu."
Robert Frost

Tínhamos marmelos para fazer marmelada. Ia seguir a receita da minha avó, só que no último minuto ocorreu-me assar os marmelos no forno. O Miguel começou logo a torcer o nariz, "Ah, não sei se é boa ideia, nunca ouvi falar em tal coisa, se depois não fica bem desperdiçaste os marmelos e blá blá blá". Entendo que devemos evitar ao máximo o desperdício de alimentos, mas se não corrermos riscos não inovamos. E eu queria muito tentar fazer uma marmelada diferente. Uma marmelada que pudesse ficar UAU!!!

Mas a coisa não correu bem como desejava, a começar pela consistência, que ficou mais parecido com compota do que marmelada. Como compota ficou boa, mas não se nota a diferença dos marmelos assados, ao contrário do que estava à espera. Apesar disso fiquei muito satisfeita com o sabor e, depois de um dia na cozinha, ficou a experiência.
 
- 2 kg de marmelos, descascados e sem sementes
- 0,75 l de água
- 1 kg de açúcar
- 2 paus de canela
- 1 vagem de baunilha
- 4 hastes de alecrim
- casca e sumo de 1 laranja

1. Pré-aquece o forno a 130ºC.

2. Numa travessa de ir ao forno espalha metade dos marmelos. Por cima dispõe o açúcar, os paus de canela, as hastes de alecrim, as cascas de laranja, as sementes e a vagem de baunilha. Espalha por cima a outra metade de marmelos. Adiciona o sumo de laranja e água.

3. Leva ao forno durante duas horas. De vez em quando mexe os marmelos.

4. Retira os marmelos do forno e passa-os para uma panela grande. Retira as cascas de laranja, os paus de canela, as hastes de alecrim e a vagem de baunilha. Leva ao lume durante 1 hora e vai esmagando os marmelos com as costas da colher de pau. Tritura os marmelos com a varinha mágica. Leva outra vez ao lume até atingir a consistência que desejas. (Mexer sempre para não colar no fundo.) 

5. Enche frascos esterelizados com a mistura. Fecha os frascos com a compota ainda quente e vira-os ao contrário, de forma a fazer vácuo, até arrefecerem.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Salada de Polvo

Esta é a minha altura do ano favorita! Oficialmente o Verão ainda não terminou, no entanto as manhãs já começam a cheirar a Outono. Aproveitando o polvo que sobrou do jantar de 2ª feira fiz uma salada que juntava estas duas estações do ano. A salada fria recorda-nos do Verão, que ainda não se despediu, mas os bagos de romã dizem-nos que o Outono já anda por aí e quer aparecer. 

As romãs nacionais atraiçoaram-me um bocado, já que estava à espera de bagos rubi para contrastar com o tom rosado do polvo, mas o que importa é mesmo o sabor e esse estava excelente!

Para 4 pessoas
- 1 polvo cozido (600 g) limpo
- 1 cebola picada
- sumo de 1/2 limão
- azeite
- salsa picada
- rúcula
- bagos de romã

1. Corta o polvo em pedaços. Numa taça mistura o sumo de limão, o azeite, a cebola e a salsa picada. Junta o polvo e envolve muito bem no molho. Leva ao frigorífico até à hora de servires.

2. Dispõe a rúcula num prato de servir. Deita o polvo com o molho na cama de rúcula e polvilha com os bagos de romã. Serve com pão torrado.

domingo, 11 de setembro de 2011

Frango 11/9

No dia 11 de Setembro de 2001, à hora do ataque às torres, estava em casa a almoçar. Tinha falado ao N. e ao P. para irem lá casa almoçar e aproveitei para experimentar uma receita nova de frango.Tínhamos acabado de almoçar quando o Paulo Camacho se preparava para terminar o Primeiro Jornal com a notícia da colisão de um avião com uma das torres do World Trade Center. Enquanto passavam as imagens da torre envolta em fumo vemos em directo o segundo avião a chocar na outra torre. Ainda hoje me lembro da cara do Paulo Camacho a tentar perceber o que se passava. Inicialmente achámos que o segundo embate tivesse sido um acidente, que o avião se tivesse desorientado com o fumo. Já no café, percebemos que afinal tinha sido um atentado! Voltei para casa e passei o resto do dia sentada na mesa da sala a terminar o relatório de espectroscopia de fluorescência, enquanto via o que se passava em Nova Iorque. Era uma sensação estranha, poder assistir em directo a uma catástrofe deste género... As imagens das pessoas a saltarem das janelas e das torres a cair eram impressionantes e mostravam-nos como a nossa vida é passageira. 
Dez anos depois do dia que marcou o início do século XXI repito a receita de frango, para lembrar o momento em que todos percebemos que vivemos num mundo global, frágil e vulnerável...

Para 2 pessoas
- 4 coxinhas de frango
- 4 dentes de alho laminados
- 1 cebola picada
- sumo de 1 limão
- 1 copo de vinho branco
- 1 c. sopa de paprika
- 1 mão-cheia de salsa picada
- azeite
- sal

1. Tempera as coxinhas de frango com o alho laminado, o sal e o sumo de limão. Deixa marinar durante 1 hora.

2. Numa panela larga aquece o azeite e refoga a cebola picada, juntamente com a paprika. Acrescenta as coxinhas de frango, sem o líquido da marinada, e deixa alourar. Junta o vinho e deixa evaporar. Adiciona água até cobrir as coxinhas de frango e polvilha com salsa. Cobre a panela e cozinha até as pernas estarem macias e o molho reduzido.

3. Serve as coxinhas de frango com esparguete e azeitonas descaroçadas. 

sábado, 3 de setembro de 2011

Molho de Tomate Assado

Hoje fizemos lasanha para o almoço. Em vez de usarmos tomates de lata, como aparece nesta receita, optámos por assar os tomates que tínhamos no frigorífico antes que se estragassem. Tínhamos meia dúzia de tomates cereja do quintal dos pais do Miguel, meia caixa de tomates cereja do mercado biológico e outra meia dúzia de tomates berry do supermercado. Este "molho" dá um pouco mais de trabalho e é mais moroso, mas vale a pena a espera, pois dá mais cor e sabor à lasanha.

- 500 g de mistura de tomates (cereja, berry)
- 4 dentes de alho
- 4 hastes de alecrim
- 4 hastes de tomilho
- azeite
- sal
- 1 cebola picada
- 1 c. sopa de compota de piri-piri

1. Pré-aquece o forno a 150ºC.

2. Coloca os tomates cereja e os tomates berry numa travessa de ir ao forno, juntamente com os dentes de alho, as hastes de tomilho e de alecrim. Rega com um fio de azeite e uma pitada de sal. Leva ao forno durante 2 horas. Retira do forno. Retira o alho e as ervas aromáticas e reserva.

3. Num tacho refoga a cebola picada num fio de azeite. Junta os tomates, o líquido que se formou e a compota de piri-piri. Mistura bem e deixa levantar fervura. A partir daqui segue a receita de lasanha de bolonhesa.

Nota: Se fizeres esta receita só até ao ponto 2 podes usar os tomates assados como acompanhamento. Fica delicioso!

Nota: Pode ser necessário acrescentar um pouco de polpa de tomate à carne. Nós tivemos de juntar um pacote de 200 ml, mas tudo depende da qualidade dos tomates.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Salada de Tomates Cereja

Quando fui cortar manjericão para a salada dei com dois visitantes verdes a depenicar as suas folhas... Não faço ideia há quanto tempo andavam por ali, mas desconfio que fizeram uma longa viagem desde as Caldas da Rainha, com direito a dias de férias em São Martinho do Porto. Entretanto fizeram as malas para a varanda, a ver se lhes dá o vento e seguem para outras paragens.
Esta salada tem sido um hit deste Verão. Temo-la feito com frequência, tanto para acompanhar peixe como carne.

- tomates cereja
- manjericão fresco
- azeite de piri-piri
- sumo de limão
- sal

Numa taça coloca os tomates cortados em metades ou em quartos. Junta as folhas de manjericão grosseiramente picadas. Tempera com um fio de azeite, sumo de limão e sal.

domingo, 28 de agosto de 2011

Bifes com Cogumelos

Num dia frio de Inverno, estava eu de cama depois de uma ida à serra da Estrela, chegou a casa dos meus pais um novo "inquilino", o Lucky. Era um husky novinho e vinha só por uns tempos, até os donos terminarem as obras da casa. Acabou por ficar connosco muitos e bons anos, tornando-se um membro da família. Na brincadeira dizíamos que era o filho predilecto dos meus pais, visto que era macho (o sonho do meu pai) e o único com olhos azuis (o grande desgosto da minha mãe). Hoje foi o dia em que nos deixou.

Fez-nos companhia durante muitos anos, cheios de alegrias e também preenchidos com algumas tristezas. Ontem, enquanto preparavamos os bifes com cogumelos (Ingrediente Secreto), a sua chama começava a apagar-se...

Para 4 pessoas
- 4 bifes finos
- 150 g de cogumelos paris
- 150 g de cogumelos portobello pequenos
- 1 c. sopa de manteiga
- 3 hastes de tomilho
- 1 copo de vinho do Porto
- azeite
- sal

1. Corta os cogumelos em quartos ou lâminas. Reserva.

2. Aquece um fio de azeite numa frigideira. Quando estiver bem quente coloca os bifes. Deixa fritar cerca de 30 segundos de cada lado. Retira os bifes para uma travessa, tempera com sal e reserva.

3. Junta os cogumelos no azeite dos bifes e deixa cozinhar. Junta as hastes de tomilho e tempera com sal. Quando os cogumelos estiverem quase prontos adiciona o vinho do Porto e a manteiga. Retira os cogumelos do lume e coloca-os por cima dos bifes.

4. Acompanha com batatas fritas ou abóbora assada.

sábado, 27 de agosto de 2011

Abóbora Assada

Esta semana andei a "cravar" almoço e lanche à minha queridíssima mãe que, ao contrário das filhas, ainda está de férias. Foi uma bela semana a recordar outros tempos... Lembrei-me do tempo em que fazia o almoço para mim e para a minha irmã mais nova, quando ainda andávamos as duas a estudar e também reencontrei a minha saca de pano cor-de-rosa aos quadradinhos onde costumava levar o meu pão com tulicreme para a escola quando era miúda e que agora passou a ir comigo para o trabalho. Ainda perguntei pela minha lanjeira cor-de-laranja da tupperware para um verdadeiro revival, mas ao que parece essa já foi para o lixo há muitos muitos anos. 

Para lhe agradecer o trabalho todo hoje fiz o almoço lá em casa. Fiz bifes com cogumelos. Para mim e para a minha mãe fiz esta maravilhosa abóbora assada para acompanhar. Costumamos fazer abóbora assada para o risotto de abóbora e frango, mas desta vez dé-mos-lhe "aquele" toque com o tomilho-laranja que a minha mãe nos trouxe da praça das Caldas da Rainha. Nunca pensei que ficasse tão deliciosa. Tem um sabor fresco e a abóbora derrete-se por completo na boca...

Para 2 pessoas
- 300 g de abóbora, sem sementes (mantém a casca) e cortada em fatias
- 1 c. de sobremesa de alho em pó
- 4 hastes de tomilho-laranja, usar só as folhas
- azeite
- sal

1. Pré-aquece o forno a 190ºC.

2. No tabuleiro do forno estende uma folha de papel vegetal. Distribui as fatias de abóbora pelo tabuleiro. Polvilha a abóbora com o alho em pó, o sal, as folhas de tomilho-laranja e rega com azeite. Leva a abóbora ao forno até estarem douradas (mais ou menos 20 minutos).

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Robalo Assado com Manjericão e Hortelã

Este ano Agosto não está para praia, mas pelo menos tem dado para a pesca! De ano para ano este é o mês para o Miguel ir à procura dos robalos. Para ele só o robalo pescado à linha é que é bom, por isso se quero comer robalo em casa esta é a altura, já que é muito difícil convencê-lo a comprar robalo. Entendo que pescado à linha o robalo é consumido muito mais fresco, já que não leva gelo e também não anda aos trambolhões dentro duma rede, mas não sou tão fundamentalista quanto ele. É uma luta da qual saio sempre perdedora quando me apetece robalo fora da época. Assim tenho de aproveitar enquanto ele anda aqui pelas nossas águas.
Há muitas maneiras de comer este peixe, mas o melhor é mantê-lo simples. Nós gostamos dele grelhado na brasa e acompanhado por batatas ou uma salada. Mas, mais uma vez, quis aproveitar esta maré de abundância e de sorte do Miguel para experimentar outra receita. 
Desta vez inspirámos-nos numa receita da Mafalda Pinto Leite do livro "Dias com Mafalda".
Para 4 pessoas
- 2 robalos médios
- 2 limões, em rodelas
- 1 mão-cheia de folhas de manjericão
- 8 ramos de hortelã
- 6 dentes de alho laminados
- sal
- 1 copo de vinho branco
- 2 c. sopa de azeite
- papel vegetal

1. Aquece o forno a 180ºC. Por cima de uma travessa de ir ao forno coloca uma folha de papel vegetal.

2. Por cima da folha dispõe metade do limão, do alho, da hortelã e do manjericão. Coloca o peixe por cima desta cama aromática. Tempera com sal. Cobre o peixe com o restante manjericão, hortelã, alho e limão. Polvilha com mais sal. Rega com o vinho e o azeite. Embrulha bem com o papel.

3. Leva ao forno durante 30 minutos, abre o embrulho com cuidado e deixa dourar por uns minutos ou até estar cozinhado. Serve acompanhado de uma salada.

Nota: Se quiseres obter um aroma mais intenso coloca as ervas aromáticas na barriga do robalo.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

São Martinho do Porto

Gosto de chegar a São Martinho do Porto de comboio. Não é a forma mais cómoda, nem mesmo a mais chique, mas é de longe a mais interessante. É tão bom poder olhar pela janela e ver as praias de arroz, enquanto vais ouvindo as famílias a tomar conta das carruagens. Mais os seus farnéis, os sacos dos brinquedos e os gritos das crianças. Todos preparadíssimos para um dia de praia no "bidé das marquesas".
Quando aqui passei as minhas primeiras férias não morri de amores pela vila. Achei que eram lisboetas a mais. Muito colégio privado, mas pouca educação. Muitos nomes sonantes, mas também muitas vidas de aparências. Lembro-me de as pessoas olharem para mim e para a minha irmã como se fossemos de outro planeta. Vinhamos do Norte, trocávamos o "v" pelo "b" e tratavamo-nos por "tu", coisa pouco conhecida nestas bandas, onde até o cão e o gato são tratados por "você". Enfim, betinhos de Lisboa... Só que como diz o poeta "primeiro estranha-se, depois entranha-se". Agora é raro o ano que não damos um salto a São Martinho, onde recordo com saudade aqueles dias de Verão.
Para um regresso ao passado o frenesim do 15 de Agosto é o ideal. Posso estar anos sem aqui vir, mas sei que quando regressar vai estar tudo igual. Vou ver os mesmos meninos burgueses, com as mesmas camisolas pelos ombros, a mesma calcinha beje, o mesmo sapato de vela e exactamente o mesmo penteado. Não sei se ainda se mudam para aqui de armas, bagagens e criadagem, mas sei que em São Martinho Agosto não muda, apesar da passagem dos anos. De manhã desce-se à baía, o final da tarde é passado numa das esplanadas da marginal a beber um fino, depois de jantar desce-se a ladeira até à Rua dos Cafés e quando a fome aperta vai de crise (salsicha, ovo estrelado e batatas fritas).
Dito assim até parece que é um sítio desagradável, mas não é! Não foi à toa que as antigas famílias abastadas de Lisboa construíram aqui os seus palacetes de Verão. Além disso, a par destes palacetes e da baía, a imutabilidade dá-lhe um certo charme. Adoro São Martinho! Até gosto dos dias de Verão enublados e de ouvir os miúdos de quatro anos a tratarem-se por você. E gosto também dos rituais que fomos criando com o passar dos anos.
Não podemos ir a São Martinho sem parar na Casa do Pão de Ló de Alfeizerão.  Mesmo antes da entrada da A8 é a paragem ideal para um café ou um lanche antes de regressarmos a Aveiro. Se formos com os meus pais sei que quando acordar vão estar à nossa espera pães de leite fresquinhos, trazidos do mercado pelo meu pai. E, por falar em mercado, havendo tempo aproveitamos para ir à Praça da Fruta (Caldas da Rainha) para nos abastecermos de fruta e legumes.
Também é certo que vamos à Pastelaria Concha, uma pequena maravilha em bolos perto da igreja matriz. Aqui reina quase sempre a confusão (tens de tirar senha para seres atendido), principalmente ao domingo, antes e depois da hora da missa ou ao fim da tarde quando chega a hora de muitos regressarem a casa. Com ou sem confusão esta é uma paragem obrigatória para comer uma trança e trazer argolas (podes precisar de encomendar), miniaturas de palmiers, bolachas e areias para acompanhar um chá. Igualmente imperdível é o russo, a torta de chocolate e os palmiers recheados com creme de manteiga fresca, iguaizinhos aos que comia no ciclo e que me levam numa verdadeira viagem ao passado! Difícil é escolher o que comer...
Se procuras descanso e boa gastronomia São Martinho do Porto é um excelente destino de férias ou de fim-de-semana, mas se andas atrás de água e tempo quentes, então o microclima de São Martinho não é para ti, já que é aqui que o Inverno vem passar férias, com ou sem criados.

domingo, 7 de agosto de 2011

Robalo ao Vapor com Baunilha e Kumquat


O bom de se viver numa cidade perto do mar é conseguirmos com facilidade peixe fresco, seja comprado num dos mercados de peixe (Aveiro ou Costa Nova), trazido do mar pelo meu pai ou pescado à linha pelo Miguel. Não há nada que se compare à qualidade do peixe mesmo fresquinho, quando numa só garfada conseguimos sentir todo o sabor do mar. Como o meu pai é embarcado, habituei-me desde cedo ao encanto  deste pequeno prazer. Se à 6ª feira ligo à minha mãe a perguntar o que é o jantar, responde-me sempre: "Depende do que o vosso pai trouxer...". Lá no fundo rezo para que ele traga carapauzinho pescado no dia e que a minha mãe tenha vontade de o fritar... O Miguel, mesmo não tendo um pai que ande ao mar, também está acostumado ao sabor fresco do peixe. Toda a família pratica pesca desportiva e sabem bem como conseguir as maravilhas que o mar e a ria têm para oferecer.
Esta é a altura de o mar dar robalos e ontem à noite o Miguel e o irmão foram ver se apanhavam algum. A pesca não correu tão bem como tinham planeado, mas ainda assim deu para ele trazer um robalo para o nosso jantar. O Miguel queria escalá-lo para depois o grelhar, mas a mim apetecia-me algo diferente. Sugeri uma receita do Jamie Oliver que tinha guardada há mais de quatro anos. Um prato delicado e sofisticado de robalo cozido ao vapor, perfeito para supreender alguém especial. Substituímos o limão por kumquat de Sever do Vouga e o alho francês por espargos. Também reduzimos a quantidade de baunilha e achamos melhor cozer as cenouras juntamente com as batatas. No final obtens uma refeição saudável, com um robalo muito suculento e ligeiramente adocicado pela baunilha.

Para 2 pessoas
- 2 filetes de robalo
- 1/2 vagem de baunilha
- sumo e casca de 4 kumquats
- 1 c. sopa de azeite
- 500 ml de leite
- 8 espargos
- 2 cenouras, cortadas em palitos
- 6 batatas novas pequenas
- sal

1. Faz uns cortes nos filetes de robalo. Retira as sementes da vagem de baunilha e coloca tanto as sementes como a vagem num prato, com o sumo e a casca dos kumquats e o azeite. Com um garfo mistura bem as sementes de baunilha no líquido. Coloca o peixe no prato e cobre bem os filetes com esta marinada.

2. Coze as batatas e a cenoura em água a ferver com sal. Quando estiverem quase cozidas escorre a água. Mistura com os espargos e uma pitada de sal.

3. Num tacho coloca o leite com a vagem de baunilha em lume brando e por cima do tacho a panela de bambu. No primeiro andar da panela coloca a mistura de vegetais e no segundo andar os filetes de robalo, com a pele virada para cima. Abre os cortes feitos na pele do robalo e despeja por cima o molho da marinada (sem a casca de kumquat). Coloca a tampa e deixa cozinhar no vapor do leite durante 15 minutos.