quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Porto Novo

Estava anunciado temporal para o início da tarde e tínhamos planeado passar o dia no "ninho", leia-se sofá e manta acompanhados de filmes domingueiros, quando o meu telemóvel tocou. Era a A. a convidar as suas queridas irmãs para um almoço em Vale de Cambra, para gastar os vouchers que lhe tínhamos oferecido no Natal. Depois de uma noite de pândega as manas das "pontas" demoraram mais tempo a responder ao convite, e foi mesmo precisa a ajuda da nossa mãe para acordar a mana mais nova, mas mesmo ensonadas lá apareceram à hora combinada.
Volta e mais volta, subimos a serra até chegarmos a um moderno restaurante em pedra e de cozinha tradicional no lugar de Porto Novo. No seu interior descobrimos um sítio com excelente comida, muito bem acompanhada de um atendimento simpático e descontraído. Na ementa o destaque é dado às carnes, embora tenha estado quase para pedir a espetada de polvo. Começámos com uma entrada deliciosa de misto de enchidos em cama de broa frita. A seguir veio para a mesa o bacalhau em massa pão, os nacos de vitela com queijo e bacon e o costeletão de vitela, que dá para alimentar uma família de tão grande que é, tudo regado pelo magnífico vinho tinto da casa.
Enquanto a anunciada chuva começava a cair na serra só mantinha uma preocupação, será que tinha guardado espaço suficiente para a sobremesa? Num local como o Porto Novo, esta é uma questão primordial, já que as opções são muitas e todas soam maravilhosamente! As que nos marcaram e fecharam a refeição em beleza, foram a tarte de natas quente e fria e o "orgásmico" carpaccio de ananás com calda de pimenta rosa e gelado de baunilha. Impecável, é o que podemos dizer! Este é um espaço que nos agradou muito e que merece com toda a certeza uma nova visita.

Porto Novo
Maceira de Cambra
3730-301 Vale de Cambra
Tel.: 256 472 343
GPS: 8º20'56''W,40º52'32''N
Preço médio: 25€/pessoa

domingo, 23 de outubro de 2011

O Quintal e as Silvas

Era uma vez um quintal cultivado pelo meu avô e que era abundante em frutas e legumes saborosos. Após a sua morte esse quintal começou a ser engolido pelas silvas e pelas ervas daninhas. Debaixo do matagal estão guardadas muitas memórias e brincadeiras, entre elas os lanches com figos, tomados na eira sob o olhar atento do nosso avô. Podiamos brincar mas não podiamos estragar...
Recordando com saudade o tempo em que o quintal se parecia com um jardim, decidimos despertá-lo do seu sono profundo para o voltar a cultivar e para que a geração que vem a caminho o encha de novas memórias e brincadeiras...
Foi uma primeira manhã de muito trabalho dividido por toda a família. Limpar o chão, arrancar silvas, cortar árvores secas e fazer montes de lenha para o Inverno. Hoje as dores no corpo são muitas, tal como a alegria de fazer algo de novo. O único que percebe alguma coisa do assunto é o Miguel, que até sabe o nome das alfaias, mas este é um esforço conjunto de ver nascer vida na nossa terra. Para a semana espera-nos mais uma manhã de muito trabalho...

domingo, 9 de outubro de 2011

Julieta 2010

Hoje de madrugada fez sete anos que nos conhecemos e quisemos assinalar a data com a nossa primeira refeição biológica. Estamos cada vez mais rendidos aos produtos biológicos e ontem fui ao Porto à Feira Nacional de Agricultura Biológica Terra Sã 2011. Além de produtos frescos era possível comprar mel, compotas, azeite e vinho. No stand da Quinta do Romeu os produtos captaram a minha atenção por causa dos nomes e não resisti a trazer uma garrafa de azeite "Romeu" e uma garrafa de vinho branco "Julieta" para coroar o almoço biológico que tínhamos planeado para hoje. E ainda bem que os trouxe pois foi o vinho que salvou a nossa refeição de cuscuz com beterraba e cenoura assada...
A primeira vez que provei beterraba devia ter uns 15 anos e lembro-me de não ter gostado. Acontece que no outro dia as beterrabas do mercado biológico estavam com um óptimo aspecto e achei que estava na altura de dar outra oportunidade à beterraba. Infelizmente, tantos anos depois, a minha opinião mantém-se: as beterrabas sabem a terra! E o Miguel concorda. Ainda tentámos "reparar" os cuscuz tirando a beterraba e misturando atum mas o sabor desta herbácea já se tinha espalhado por todo o prato. Valeu-nos o vinho que era bom. Mas como eu não sou apreciadora de sumo de uva, apesar do fascínio que o mundo vinícola exerce sobre mim, deixo a tarefa de comentar o valor deste vinho branco biológico para o Miguel...
Julieta vale cada cêntimo gasto na sua compra. É um vinho fantástico que cai estruturado e envolve-se no copo de forma sedosa. No paladar proporciona uma agradável surpresa, também surpreendente foi o facto da Sara ter dado três ou quatro goles sem fazer cara feia!!! Não sei se isso se deve à ausência de madeira durante o estágio que se nota no sabor límpido e na cor amarela vítrea, mas sei que este vinho vai tornar-se num habitué na mesa cá de casa. Com aroma e sabor prolongados, na boca solta notas de frutos maduros, sendo excelente para acompanhar pratos frescos.

Produzido em: Quinta do Romeu
Região: Douro
Tipo: Branco
Castas: mistura de castas tradicionais do Douro, Verdelho e Moscatel

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Sul

Apontámos novamente para Sul! Iniciámos o fim-de-semana em Lisboa no Quiosque de Refresco, com uma limonada bem fresquinha a ver se disfarçava os 40ºC à sombra. Para o almoço eu queria ir até Santos mas com o calor que estava a vontade de caminhar era pouca. Por sugestão do F. fomos espreitar o Sul (Rua do Norte, 13; 3ª a Domingo das 12h00 às 15h00 e das 20h00 às 02h00). O espaço pareceu-nos acolhedor, com decoração rústica e boa música ambiente, por isso detivemo-nos por lá. Infelizmente não se deve julgar um livro pela capa e ficámos desapontados. O serviço era pouco agradável, a comida não era nada de especial e o preço era muito exagerado.
A ementa é pouco variada - anda muito à volta da carne grelhada - e para escolher tens de ler dum quadro colocado numa parede atrás das mesas, o que não facilita em nada o processo da escolha. Pedimos para entrada o duo do Sul (salada de polvo e mousse de beringela com focaccia) e depois lombo sul-americano acompanhado de chutney de uva e de arroz basmati com cardamomo e tomilho. A salada de polvo estava saborosa, no entanto não passava de uma amostra de polvo paga quase a peso de ouro. O lombo era mediano e o arroz era pouco aromatizado e muito parecido com um qualquer arroz branco. Nada do que comemos justifica os preços praticados e acreditamos que é possível comer bem melhor em Lisboa pelo mesmo preço ou até por menos...

Desconsolados com a refeição fomos até à Esplanada do Adamastor comer um gelado, beber um fininho e aproveitar o resto do dia.