terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Sargo da Galega

Às vezes o verdadeiro luxo encontra-se em coisas simples, como na frescura dum peixe grelhado na brasa.

Para 4 pessoas
- 4 sargos
- sal
- azeite
- 1 limão

1. Amanha o peixe. Tempera com sal no interior da barriga e na pele. Pincela a pele com azeite e umas gotas de limão antes de levar a grelhar. Coloca os sargos no meio de uma grelha bem quente. Leva a grelhar quando se tiverem formado brasas e já não houver chamas vivas. Mantém constante o calor e grelha de cada lado cerca de 10 minutos.

2. Acompanha com batata cozida e grelos.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A cana, o peixe e o amanhar

Dar a cana e ensinar a pescar. Dar o peixe e ensinar a amanhar. 

Da última vez que o Miguel foi à pesca houve alguns felizes contemplados com peixinho fresco, mas recebemos uma ou outra chamada a perguntar como é que faziam para amanhar o peixe e sabemos que alguns negociaram com os pais para conseguir o peixe amanhado. Por isso o post de hoje é para aqueles que às vezes recebem peixinho pescado à linha e não sabem como o limpar e arranjar.
Corta as barbatanas e o rabo do peixe com uma tesoura de cozinha.
Coloca o peixe sobre uma tábua. Prende bem a cabeça do peixe com a mão esquerda e com uma faca na mão direita raspa as escamas desde o rabo até à cabeça (sentido contrário ao das escamas. É como depilar as pernas!). Lava bem o peixe com água corrente fria.
Com a tesoura abre a barriga ao peixe e faz um corte entre a cabeça e o corpo. Extrai-lhe as entranhas e as ovas, se houver. Corta as guelras. Lava muito bem com água corrente fria.

Depois de amanhado seca-o com cuidado e está pronto para ser consumido de imediato, guardado no frigorífico ou congelado. No frigorífico aguenta 2/3 dias, devendo de qualquer maneira ser consumido o mais fresco possível. No caso de ser para congelar divide-o por doses, conservando-o no máximo durante 3 meses.

Nota: O Miguel só corta as barbatanas e o rabo no final. Tem a mania que é macho e gosta de se picar!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Namorar em Amares

"Amares, o lugar ideal para amares!", podia ser o slogan dum regresso à Quinta do Esquilo, o refúgio perfeito para uns dias a dois.
Em tempos idos a quinta funcionou como casa de retiro dos frades beneditinos do imponente Mosteiro de Rendufe. Onde em tempos se rezava, agora recebe-se os hóspedes com simpatia e alimenta-se-lhes o corpo e o espírito.  Na casa principal da quinta funciona a recepção, o bar e o restaurante, onde é servido o pequeno-almoço, com croissants, pão, compotas, sumo e cereais. Durante o dia sabe bem sentar junto ao fontanário a ler um livro ou uma revista, enquanto o sol de Inverno, que há-de derreter a água ainda congelada do lago, nos aquece. Já as noites frias "empurram-nos" para o aconchego dos quartos ou até à sala de convívio, o espaço de eleição para um jogo de Scrabble.
Só deixámos a quinta para um passeio até Vila Verde, à procura do bolo dos namorados e dos chocolates inspirados nos lenços dos namorados. Na Aliança Artesanal - um verdadeiro museu vivo do amor - indicaram-nos a Pastelaria Luena para comprar o bolo dos namorados e a Pastelaria da Vila para os chocolates. Este último espaço só vale a pena pelos chocolates que não se encontram em mais nenhum local. Mas a Pastelaria Luena faz-nos querer voltar. É uma boa pastelaria, marcada pela passagem do tempo e com bolos que são réplicas quase perfeitas dos lenços. Verdadeiras obras de arte para comer! (Além de pastelaria também tem dormida e restaurante. Pena já termos almoçado, porque a refeição neste espaço prometia...)
De volta à quinta esperava-nos um jantar antecipado de São Valentim, já que não devemos esperar pelo dia para termos mais um abraço, mais um beijo, mais uma jura de amor...  pequenos deleites para serem celebrados todos os dias e não apenas num dia! O bom do restaurante da quinta é que tem várias salas, por isso conseguimos comemorar o nosso Dia dos Namorados sem estarmos rodeados por casalinhos pseudo-apaixonados, pudemos conversar e discutir à vontade! Pudemos falar das pequenas coisas que nos acontecem todos os dias, que nos fazem felizes e que nos inquietam... e depois das pazes desejar ainda mais quem está ao nosso lado.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Prefácio 2007

Este era mais um almoço de domingo, juntamente com parte da família, já que os meus sogros tinham ido passar o fim-de-semana a Lisboa e só eram esperados ao fim da tarde. Para que não fosse apenas mais uma refeição de frango churrasco, a Sara lembrou-se do vinho da Quinta do Pôpa que me tinha oferecido na altura do Natal.

Como já devem saber a Sara não percebe nada de vinho e compra-os pelo rótulo ou pelo nome. Depois de ver um programa de vinhos falou-me nesta quinta, mas quando foi ver a página online deles não gostou muito dos rótulos e por isso os vinhos ficaram no esquecimento até ao dia em que viu este Prefácio 2007 na Pé de Videira. Na mão, achou que a garrafa tinha melhor aspecto e então trouxe o vinho para casa. Verdade seja dita, de todos os vinhos da quinta este é o que tem o rótulo mais bonitinho, os outros são difíceis de convencer numa prateleira, se não conhecermos o vinho.

Bonitezas à parte, este é um vinho produzido nos belos solos escarpados e xistosos das encostas do Douro e que nasce do sonho de um lavrador duriense. Sonhava ter uma quinta numa das melhores regiões demarcadas e a pulso juntou pequenas parcelas de terrenos que agora compõem a Quinta do Pôpa, nome dado em homenagem ao seu pai, uma pessoa alegre e jovial, características que são transmitidas por este vinho! Mal o vertes para o copo ele pisca-te o olho com a sua cor ruby, que apetece logo levar à boca e degustar com calma. Algo difícil de fazer se tens ao teu lado alguém a pressionar-te e a perguntar "É alguma coisa de jeito o vinho?". A resposta é sim, o vinho é muito de "jeito" e tem uma boa relação qualidade preço. Quando o provas é realmente jovem, intenso e frutado, bom para acompanhar pratos de carne e ser apreciado em amena cavaqueira, na companhia de amigos ou família.

E por falar em família... Já estávamos a terminar de comer quando a minha sogra liga a perguntar se havia comida para mais dois. Regressaram antes do previsto e de barriga vazia! Em qualquer boa casa portuguesa, que tenha "pão e vinho sobre a mesa", há sempre maneira de alimentar mais duas bocas. No nosso caso, pão ainda havia muito, vinho é que já era pouco, mas mesmo assim ainda deu para o meu sogro beber dois copos, acompanhados de batatas fritas.

Produzido em: Adorigo, Tabuaço
Região: Douro
Tipo: Tinto
Castas: Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinta Barroca e Touriga Nacional