sábado, 30 de junho de 2012

Gelado de Mirtilo e Framboesa

Um dia o meu pai chegou a casa e estava uma cabra prenha no quintal. De início ninguém achou piada à ideia da cabra a passear pelo quintal, mas entretanto nasceu o cabrito e tudo mudou, pelo menos para mim...

Uma semana depois de nascer o Nada (assim baptizado pela G.) fui aos meus pais com a minha afilhada para ela brincar com o cabrito e os pintainhos. Foi uma verdadeira alegria! O entusiasmo dela contagiou-me e voltar ao quintal fez-me perceber que era hora de regressarmos à terra e planearmos o quintal de maneira a incluir a cabra. Nessa tarde também descobri que o cabrito só mamava duma teta e que o meu pai andava a deitar o leite da outra para a terra. Que desperdício... Pesquisei e descobri um sem número de possibilidades para o leite de cabra, algumas já ancestrais e conhecidas pela rainha Cleópatra, mesmo não sendo concensual se no seu banho era usado o leite de cabra ou o leite de burra.

Para conseguir aproveitar este líquido só tinha de saber quais os passos correctos para ordenhar a cabra e como fazer para pasteurizar o leite (para receitas em que o leite tenha de coalhar não se pode ferver o leite - ultrapasteurização).

Para ordenhar a cabra:
- limpar as tetas com água morna e umas gotinhas de líxivia. Secar bem com um pano ou uma toalha;
- deitar fora os dois primeiros esguichos, para ajudar a livrar de algumas bactérias;
- ordenhar o leite para uma taça;
- tapar a taça, coar imediatamente o leite e fervê-lo (no caso de não precisares do leite pasteurizado, como acontece com esta receita).

A primeira ordenha foi feita a três e foi bastante atribulada, principalmente quando o Nada achou por bem ir mamar enquanto estávamos a tentar tirar o leite à sua mãe.

Apesar de andar fascinada com este leite ainda não me sinto com coragem de o beber. O Miguel diz que tem um sabor muito intenso e que eu não vou gostar. Por isso, para primeira experiência decidi misturá-lo com coisas que eu gosto. Fiz estes sorvetes usando uma medida de leite de cabra e três de iogurte. O resultado final ficou muito bom, mas sabia demasiado a iogurte grego, mascarando assim todos os outros ingredientes. Por isso reduzi as quantidades de iogurte na receita. O copo de café acaba por dar uma dose muito grande por isso podes partilhar o gelado ou então usar copos de shot.

Para 6 gelados
- 1 copo de iogurte grego
- 1 copo de leite de cabra
- 1 copo de mirtilos
- 1 copo de framboesas
- 4 c. sopa de açúcar baunilhado
- sumo de 1 limão

- 6 copos de café (de plástico)
- 6 palitos

1. Numa taça mistura o iogurte, o leite e as frutas. Com a varinha mágica tritura as frutas. Adiciona o sumo de limão e o açúcar. Mistura tudo muito bem. 

2. Verte o líquido para os copos de plástico. Tapa os copos com folha de alumínio e espeta o palito no centro. Leva ao congelador até o gelado ficar sólido. 

terça-feira, 26 de junho de 2012

Tarte de Limão e Framboesa

"Uma nêspera estava na cama, deitada, muito calada, a ver o que acontecia.
Chegou a Velha e disse: olha uma nêspera e zás comeu-a!
É o que acontece às nêsperas que ficam deitadas, caladas, a esperar o que acontece."
Mário-Henrique Leiria

Quando nos deixamos ficar deitados, calados, à espera do que acontece sujeitamo-nos a perder as oportunidades e ver a vida passar-nos ao lado... Acontece às nêsperas e às pessoas também, mas não foi o que aconteceu aos limões do nosso limoeiro. Mesmo estando calados, à espera que ninguém desse por eles, foram apanhados e transformados em tarte (Gourmande in the Kitchen). Mas não foi uma tarte solitária, tiverem por companhia o doce de framboesa, que intensificou a acidez do limão. Para a próxima temos de pensar noutra companhia, uma que contraste com essa acidez e dê alguma doçura à tarte. Talvez doce de morango.
Para 8 a 10 fatias
- 1 embalagem de massa quebrada
- 4 ovos, à temperatura ambiente
- 150 g de açúcar
- 100 ml de sumo de limão
- 100 ml de natas
- 1 frasco de doce de framboesa

1. Forra uma forma de tarte, de fundo amovível, com a massa quebrada, à medida da forma. Coloca um pouco de papel vegetal por cima da massa e cobre com feijão seco, para a massa não empolar. Enquanto fazes o recheio leva a massa a cozer no forno a 190ºC durante 8 a 10 minutos. Retira o feijão seco e o papel vegetal. Reserva.

2. Numa taça bate ligeiramente os ovos. Adiciona o açúcar e o sumo de limão. Mistura tudo até os ingredientes estarem bem combinados. Junta, lentamente, as natas e mistura até estarem bem incorporadas.

3. Verte o recheio para a tarte previamente cozida e leva ao forno para cozer durante 20 minutos ou até o recheio estar cozido e apenas ligeiramente cru no centro. Retira do forno e deixa arrefecer.

4. Aquece o doce de framboesa no microondas, até começar a ficar líquido. Espalha o doce uniformemente por cima do recheio de limão. Leva ao frigorífico até à hora de servires.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Bacalhau à Gomes de Sá

Será que alguém se esqueceu de avisar o Verão que amanhã é dia de ele vir?!?! Por favor, alguém o notifique! Gostava de acordar amanhã com um Sol tão amarelo e resplandecente como este bacalhau à Gomes de Sá...

Para 2 pessoas
- 300 g de bacalhau desfiado
- 4 batatas pequenas
- 2 ovos cozidos
- 1 cebola média, cortada em meias-luas
- 2 dentes de alho, picados
- 1 folha de louro
- azeite
- sal
- salsa picada
- azeitonas pretas

1. Numa panela com água e sal coze as batatas com a pele. Depois de cozidas deixa-as arrefecer. Descasca-as e corta-as em quartos. Na mesma água das batatas, coze os ovos e corta-os em rodelas. Reserva.

2. Corta a cebola em meia-luas e pica os dentes de alho. Refoga num wok com bastante azeite e a folha de louro, até a cebola começar a alourar. Tempera com sal e junta o bacalhau desfiado. Quando o bacalhau estiver cozinhado, junta as batatas e deixa os sabores envolverem-se bem. Retira a folha de louro.

3. Dispõe a mistura numa telha ou num tabuleiro de ir ao forno. Rega com azeite. Leva ao forno pré-aquecido a 200ºC, até o azeite estar a borbulhar.

4. Termina com as rodelas de ovo, a salsa picada e as azeitonas pretas. Serve quente.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Bruschetta de Puré de Ervilhas e Requeijão

Houve um tempo em que não gostava de ervilhas. Quando andava no infantário, normalmente era a última a sair da mesa e lembro-me de esperar estar longe da vista das educadoras para pôr as ervilhas nos bolsos do bibe, para depois as deitar na sanita. Não sei se é por ser o mês da criança ou por a minha mana "pequenina" fazer anos, mas hoje tenho sentido uma enorme vontade de voltar a esses tempos, quando a J. adormecia no meu colo, com o bater do meu coração. Vontade de voltar aos dias em que acreditava que os dragões protegiam as princesas e sonhava percorrer o universo numa nave espacial...

- fatias de pão caseiro ou de Mafra
- alho
- azeite
- sal fino
- ervilhas, cozidas
- manjericão
- queijo da ilha
- sumo de limão

1. Torra as fatias de pão numa torradeira até estarem marcadas dos dois lados. Retira-as da torradeira e esfrega um dente de alho cortado ao meio, rega com um fio de azeite e polvilha com sal.

2. Num 1,2,3 tritura as folhas de manjericão com as ervilhas, até obteres um puré granuloso. Junta o queijo da ilha ralado e mistura com uma colher. Adiciona um fio de azeite e sumo de limão. Barra as bruschettas com o puré de ervilhas, dispõe o requeijão desfarelado por cima e polvilha com sal.