domingo, 9 de dezembro de 2012

Robalo à Bulhão Pato

5 anos de vida... Quando iniciámos este blog a ideia era manter um registo da comida que vamos fazendo aqui por casa e termos uma maneira rápida de partilhar as nossas receitas com os amigos. Agora, se alguém nos pergunta o que é que o Miguel pôs no pica-pau, ou quer saber que ingredientes leva o meu cheesecake, basta dizermos "vai ao blog".
 
Quando, há cinco anos, estávamos sentados no sofá a escrever o primeiro post, não imaginávamos que um dia pessoas tão longe de nós, como no Japão ou Israel, iriam seguir as nossas receitas. A globalização tem destas coisas e estamos muito gratos por isso, pois as vossas visitas fazem-nos crescer e fazem-nos querer melhorar e chegar mais além. Não sabemos até que ponto as receitas que aqui colocamos depois são reproduzidas nas vossas cozinhas, mas pelo menos esperamos inspirar-vos a pegar nos tachos. Alguns dos pratos que temos feito são simples e memoráveis, como o risotto de abóbora e frango, outros são um fiasco completo, como a primeira vez que experimentámos tagliatelle nero e outros são saborosos mesmo não sendo transcendentes, como este prato de robalo.
 
O Miguel pescou o robalo, amanhou-o e fez os filetes (só Deus sabe o que lhe deve ter custado, tal era a ressaca). Eu fui ao mercado da Costa Nova comprar o resto dos ingredientes. O peixe fica mais rico com as amêijoas, mas é um prato com muito espaço para melhorias. Há dois cuidados a ter nesta receita. O primeiro é garantir que o molho das amêijoas fica bem apurado, para não empapar o peixe e os sabores se misturarem harmoniozamente com o azeite das batatas a murro. O segundo é não deixar o peixe cozinhar muito, para não ficar seco e absorver bem os molhos.
 
Para 4 pessoas
- 4 filetes de robalo
- 1 kg de batatas novas
- 4 dentes de alho picados
- alho em pó
- azeite
- sal
 
1. Pré-aquece o forno a 190ºC.
 
2. Coze ligeiramente as batatas com pele, numa panela de água a ferver temperada com sal. Escorre as batatas e deixa-as arrefecer um pouco. Dá um murro em cada batata (nesta parte o Miguel deve ter-me visualizado nas batatas, por o fazer amanhar peixe e cozinhar de directa) e coloca-as, numa só camada, num tabuleiro de ir ao forno. Rega com um generoso fio de azeite, mistura o alho picado e tempera com sal. Leva ao forno para acabar de cozinhar, até as batatas estarem douradas.
 
3. Tempera os filetes de robalo com sal e alho em pó. Leva ao grill, até estes ganharem uma cor dourada, mas sem deixar cozinhar muito.
 
4. Faz as amêijoas à bulhão pato, deixando apurar bem o molho.
 
5. Quando tudo estiver pronto, serve os filetes de robalo, com as batatas a murro e regados com as amêijoas. Serve quente, acompanhado por um bom vinho branco fresco.


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Chá de Perpétua Roxa

Não foi a cantar até que a voz me doesse que fiquei doente, mas sim a estender a roupa do Miguel na varanda. As lides domésticas têm destas coisas... E foi durante outra lide doméstica, as compras no mercado, que chegou a sugestão para tratar o meu problema: chá de perpétua roxa.
 
Quem me aconselhou o chá foi a senhora de uma das bancas de agricultura biológica do Mercado Manuel Firmino - Sabores aos Molhos. Normalmente os chás não costumam resultar comigo, mas como a flor tinha uma cor muito bonita, que até fica bem com o meu serviço de chá,  decidi comprar. Se por acaso não resultasse, sempre dava para pôr as flores secas dentro de um frasco e usar como elemento decorativo! E por acaso até foi esse o destino final das flores, mas não por o chá não ter resultado, é porque são donas de uma cor mesmo bela...
 
O chá é milagroso e possui um sabor suave. Num ápice a minha voz voltou ao normal, as dores de garganta aliviaram e a tosse acalmou.
 
Para 4 chávenas
- 1 l de água a ferver
- 6 flores secas de perpétua roxa
- 1 c. de sopa de mel
 
Num bule, verte a água a ferver por cima das flores secas de perpétua roxa. Tapa o bule e deixa em infusão durante 3 a 5 minutos, até a água ganhar uma cor rosa. Dissolve o mel para adoçar. Coa o chá e bebe morno.