segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

São Gonçalinho

Lá fora o fogo de artifício anuncia o fim das festas em honra de São Gonçalinho, uma romaria que dura cinco dias e se realiza no fim-de-semana mais próximo do dia 10 de Janeiro, dia em que se comemora a morte do santo. Sei que não se escolhe o dia em que se morre, mas bem que o santinho podia ter morrido mais perto da Primavera, quando o frio  junto à ria é mais fácil de suportar...
O santo é casamenteiro, ajuda na fertilidade e protege na saúde. A mim houve um desejo que me escapou nas passas de fim de ano e por isso ontem fui lá pedir-lhe uma ajudinha... Se o "nosso menino", como é carinhosamente tratado pelas gentes da beira-mar, cumprir com a sua parte do nosso acordo, para o ano lá subirei a escada de caracol, que leva ricos e pobres até à cúpula da capela de São Gonçalinho, para de lá serem feitos os arremesos de cavacas, como pagamento das promessas ao santo. As cavacas, duras como cavacos de madeira, representam o pão lançado pelo santo aos pobres e os sinos da capela anunciam os lançamentos, aguardados pacientemente pelos populares, munidos de camaroeiros e guarda-chuvas invertidos.
Dizem que as cavacas lançadas para o chão estão abençoadas e devem ser guardadas durante um ano, para obteres protecção. Como é óbvio, cá em casa este é um feito impossível, já que o Miguel dá logo cabo delas, obtendo protecção imediata para a sua barriga.
A festa, que une todos os aveirenses, é muito mais do que uma oportunidade para cumprir as promessas feitas ao santo, e por estes dias nem as montras do comércio tradicional escapam aos festejos, "vestindo-se" a rigor com o santo e as cavacas.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Bolachas de Natal

O dia de Reis assinala o fim das festas e de fechar os olhos aos doces ingeridos. É dia de desmanchar a árvore de Natal e arrumar os ornamentos natalícios em caixas, menos estas deliciosas bolachas, comidas enquanto pensamos em começar a cumprir com as resoluções de ano novo. Bom 2013 para todos!

Para as bolachas
- 100 g de manteiga, à temperatura ambiente
- 100 g de açúcar baunilhado
- 50 g de mel, liquidificado
- 1 ovo
- 250 g de farinha (pode ser preciso acrescentar mais, conforme a consistência da massa)
- 2 c. de café de mistura de especiarias em pó (canela, noz moscada, anis, cravinho)
- raspa de 1/2 limão

1. Com a ponta dos dedos amassa o açúcar e a manteiga. Junta o mel e bate com a batedeira. Acrescenta o ovo inteiro e continua a bater a mistura. Junta a farinha, as especiarias e a raspa de limão. Mistura até a massa estar homogénea e acrescenta mais farinha, se vires que a massa se cola nas mãos (quando tem a consistência certa a massa começa a formar uma bola). Cobre a massa com "papel" filme e leva ao frigorífico durante 30 minutos.

2. Numa superfície enfarinhada, estende a massa até obteres a espessura desejada (meio centímetro é uma boa espessura). Corta a massa com a forma desejada, usando formas de Natal ou corta em estilo livre. Faz um buraco no cimo de cada bolacha, para passares a fita de cetim. Coloca a massa num tabuleiro coberto com papel vegetal. Leva o tabuleiro ao forno, pré-aquecido a 170ºC, até as bolachas começarem a alourar nas pontas (o tempo depende do tamanho das bolachas, podendo ir de 10 a 20 minutos).

Para o glacé real
- 150 g de açúcar em pó
- 1/2 clara de ovo
- 1 c. de café de sumo de limão
- 1 c. de café de extracto de baunilha

Quando as bolachas tiverem arrefecido começa a fazer o glacé real. Bate todos os ingredientes até obteres a consistência desejada. Passa a mistura para um saco de pasteleiro. Corta a ponta do saco de pasteleiro bem fina e decora as bolachas ao teu gosto. Deixa o glacé secar e pendura na árvore ou embrulha para oferecer.