No regresso às aulas, uma caixa nova de lápis de cor fazia-me acreditar num mundo melhor. Ficava seduzida pelos bicos de carvão perfeitamente alinhados e sentia-me encantada com as cores contidas num pequeno rectângulo de lata. Muitas vezes via nos lápis de carvão um beijo suave da Mãe Natureza, que derramava dos seus lábios as suas cores vibrantes.
Claro que havia cores mais interessantes do que outras e algumas atraiam o meu olhar como um íman... O beringela sempre foi uma dessas cores! Só tenho pena do sabor da beringela não ter o mesmo magnetismo que a sua cor.
Todos os anos, enquanto os mais novos começam a pensar no regresso à escola, eu penso como é que vou fazer as beringelas que a C. me vai trazer e interrogo-me se esse será o ano em que vou aprender a gostar delas. Já experimentei recheada, salteada e em patê. Ontem foi a vez de as grelhar e misturar, em pequenos pedaços caramelizados, num risotto de cogumelos.
Mantive a esperança até à última garfada, mas no final fiquei triste por ainda não ter sido desta que o sabor e textura da beringela me conquistaram. Talvez para o ano seja diferente, quem sabe...
1 comentário:
Beringela é uma das cores mais bonitas da caixa do lápis de cor na minha opinião.
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