O post de hoje é completamente inesperado e nada planeado. Aliás, se fosse seguir os meus planos ia estar agora a postar uma sobremesa, mas como a vida é feita de surpresas a massa de chocolate vai ter de ficar para outro dia, talvez amanhã.
Saímos de Aveiro às 12h30 em direcção a Vagos para deixar a minha avó em Santo António num almoço de Pascoela. Depois de deixarmos a "encomenda" no seu destino era chegada a altura de decidir onde almoçar. Decidimos ir experimentar um sítio que descobri por acaso, enquanto dei formação em Ouca.
A primeira vez que reparei no espaço estava parada num semáforo à espera que o sinal ficasse verde, chamou-me a atenção a parede do edifício. Só umas semanas depois, mais uma vez parada no semáforo, dei conta que era um restaurante e logo fiquei com vontade de o visitar. Não sei bem porque motivo, mas acabei por nunca lá ir durante o tempo que dei formação para aqueles lados. Se calhar faltou-me a coragem de ir sozinha, para além daquela parede tão chamativa. Mas quis Deus, com a contribuição da avó R. que hoje fosse o dia de transpor a porta n.º 54 da Praça da República (tel. 234 791 575) e de finalmente descobrir, ao som dos Deolinda, o que havia por trás daquela parede que tanto me fascinara.
Nem nos meus maiores sonhos podia adivinhar que nos esperava uma ementa tão rica de ingredientes e palavras. Aberta a dita fui logo conquistada e fiquei com vontade de provar tudo. Mas como tal não seria possível a escolha da entrada tinha de ser bem pensada.
Optámos por navegar entre mares desconhecidos e embarcámos numas "Vieiras gratinadas com mozzarella e molho cocktail em cama de juliana de alface e vinagrete de romã". Arre nome comprido para uma entrada tão pequena! Mas como diz o ditado "as mulheres não se medem aos palmos", tal como esta entrada que nos abriu o apetite para o resto da viagem. Seguimos muito bem acompanhados por um rosbife alto e um filet mignon escoltado por gambas, amêijoas e vieiras, onde cada garfada era uma lufada de sabor.
Mas o capítulo das sobremesas era por mim o mais aguardado, ou não fosse eu uma gulosa inveterada... Na hora de escolher seguimos a sugestão de quem nos serviu de guia nesta refeição e não nos arrependemos. Não me lembro do nome completo das sobremesas, por isso fica apenas a versão resumida: panacotta de licor Beirão com petazetas de coca-cola, colin de chocolate com gelado de cardamomo e cheesecake morno de maracujá com gelado de baunilha envolto em kiwi caramelizado.
Há quem diga que os grandes chefs de cozinha são homens, só que toda a regra tem a sua excepção e aqui quem lidera a cozinha é uma mulher. E como num restaurante nem só a ementa conta resta-nos dar os parabéns a quem teve a ousadia de abrir um restaurante cheio de qualidade e simpatia, fora dum centro urbano. No final pagámos cerca de 20€ cada um e saímos muito satisfeitos, prontos para passar o resto do Domingo esticados ao sol.