Sexta-feira depois do trabalho apanhei a minha irmã J. na estação de comboios e fomos até à Latina Adega para comprar uma garrafa de vinho para oferecermos ao nosso tio. (Antes de continuar, há uma coisa que precisam de saber sobre mim e a J., nós não somos as pessoas mais indicadas para mandar à loja comprar vinho. Não percebemos nadita de nada sobre o assunto, mas o que fazer, calhou-nos a nós a tarefa.)
Pouco depois de entrarmos na Adega fomos abordadas pelo dono, que nos convidou para a prova de vinhos Biomanz que ia decorrer na loja. Tentámos explicar que não éramos apreciadoras de vinho, mas com a sua simpatia convenceu-nos a participar. Enquanto a prova não começava fomos passando os olhos pelas garrafas expostas a ver se alguma delas "falava" connosco. As garrafas não "falaram" mas a gerente da garrafeira falou e prestou-nos uma ajuda muito preciosa. No final, dos vinhos aconselhados, escolhemos aquele que considerámos ter o rótulo e o nome mais bonito e um dos vinhos tintos da Biomanz.
Pouco depois de entrarmos na Adega fomos abordadas pelo dono, que nos convidou para a prova de vinhos Biomanz que ia decorrer na loja. Tentámos explicar que não éramos apreciadoras de vinho, mas com a sua simpatia convenceu-nos a participar. Enquanto a prova não começava fomos passando os olhos pelas garrafas expostas a ver se alguma delas "falava" connosco. As garrafas não "falaram" mas a gerente da garrafeira falou e prestou-nos uma ajuda muito preciosa. No final, dos vinhos aconselhados, escolhemos aquele que considerámos ter o rótulo e o nome mais bonito e um dos vinhos tintos da Biomanz.
Dizem que para apreciar um vinho temos de ter três sentidos bem apurados, visão, olfacto e paladar. Eu acrescentaria também a audição, para podermos ouvir contar a história que está por trás do líquido engarrafado. A da Biomanz é uma história de recuperação do passado vitivinícola de Cheleiros (Mafra). Começaram por comprar uma pequena vinha a uma senhora cujo marido tinha falecido e ela já não tinha forças para tratar das videiras sozinha. Na vinha existia uma casta branca inicialmente desconhecida e depois identificada como sendo uma casta portuguesa quase extinta: Uva Jampal. O enólogo da casa, Ricardo Noronha, sugeriu substituir as cepas por outras de castas tintas, felizmente André Manz, o administrador da Biomanz, não foi nessa e decidiu produzir o único vinho monocasta Jampal no mundo.
Digo felizmente porque fiquei completamente apaixonada pelo Dona Fátima!!! Andava há muito tempo à procura de um vinho que me conquistasse e sem estar à espera encontrei-o ali num fim de dia de Outono. Não me perguntem o que é que o vinho tem de especial. Ele é apetitoso e tem uma frescura trazida pelas brisas do Atlântico. Tem também o seu quê de mistério, como qualquer objecto de paixão deve ter no início, com alguns aromas que reconheço no paladar mas que não consigo identificar.
Mas este meu apaixonado quer uma relação à moda antiga e faz-se de difícil. Temos encontro marcado para Abril, quando estará novamente disponível.
Produzido em: Cheleiros
Região: Lisboa
Tipo: Branco
Castas: 100% Jampal
2 comentários:
É fabuloso saber que o vinho e a maneira como o partilhamos tocam as pessoas que nos vão visitando. Muito obrigada pela sua perspectiva, é inspiradora!
Tenho a dizer que fico extremamente contente por ver Cheleiros, esta nossa pequena vila entre colina, a chegar tão longe e de uma maneira tão rara através da monocasta Jampal! Apesar de ser filha desta terra com locais e vinhos fantásticos só este ano é que fiquei a conhecer a existência do Dona Fátima, maravilhei-me com o sabor. Mais vale tarde que nunca!
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