Quando iniciamos este blog o nosso objectivo era colocar aqui todas as receitas que nos gostamos, por isso todas as experiências que correm mal não vem aqui parar. Isto não quer dizer que de vez em quando não aconteçam uns desastres na cozinha. Hoje ao ler um capítulo do livro "Julie&Julia" onde ela descreve dois jantares que não correram como planeado, não conseguia deixar de pensar em dois jantares onde nos aconteceu mais ou menos o mesmo.
O primeiro já foi há uns anos e o objectivo era fazer uma torta de ervas aromátias, sendo esta a minha primeira aventura no mundo da comida vegetariana. 15 minutos antes da minha famelga chegar para o petisco concluímos que a tarte estava uma valente "porcaria" e que a pasta de ervas estava era boa para ir para o lixo. Era hora de improvisar e de ver o que havia no congelador... Por sorte ainda tinhamos uma saca das famosas ameijoas do meu pai e ninguém se lembrou que tinham sido convidados para um prato vegetariano. Aliás, acho que bem lá no fundo alguns elementos da família devem ter agradecido o fracasso da torta.
O segundo foi uma experiência mais recente. No meu aniversário fui presenteada com um cabaz gourmet. Do cabaz constava pasta de tinta de choco, pasta de algas, molho mexicano, vinagreta de trufas e uma casca de ouriço. Combinei logo com a E. e o C. que ia procurar receitas para a pasta de tinta de choco e que depois combinava um jantar para experimentarmos. Fiz algumas pesquisas na internet e também nos meus livros de receita e acabei por me decidir pela receita que tinha num livro de massas italianas, já que são eles os especialistas no que a massas diz respeito. Mais tarde a escolha veio a revelar-se nada feliz!
No dia marcado desafiei o B. e a M. para jantarem connosco, na condição de levarem um pacote de pasta de tinta de choco. Eles aceitaram o desafio e lá foram comprar a massa enquanto eu fui começar a fazer o jantar. Comecei por fazer um caldo com água, limão, malagueta, cebola, alho e azeite, que ia ser usado para cozer os vários mariscos e no fim era aproveitado para cozer a massa. Aparentemente tudo corria bem e já todos nos íamos deliciando com uns mini-hamburgueres com molho mexicano, quando chegou a altura de por a massa a cozer. Na versão italiana indicavam que eram precisos 3 minutos para a cozedura, já na versão traduzida eram necessários 6... Optámos por ir experimentando e quando achássemos que estava boa escorriamos e misturávamos com os frutos do mar, só que distrai-me com a conversa e a massa acabou por ficar para lá de cozida, já para não falar na quantidade (parecia que ia ter um batalhão em casa para jantar). Primeira garfada à boca e desilusão total! Os frutos não tinham nenhum molho e por isso os sabores não se misturaram, tendo ficado desenxabido. O que nos valeu foram os mini-hamburgueres e a companhia, que foram a salvação do jantar. Ficou a promessa de uma nova tentativa...
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