terça-feira, 5 de abril de 2011

Lisboa

Lembram-se do post das pipocas e da importância de conseguirmos desligar duma semana de trabalho? Pois bem este fim-de-semana rumámos até Lisboa. Fomos ter com o F. e o Z. e foram dois dias de puro relax e sem horas para nada.
Demos início a uma manhã de sobe e desce pelo centro de Lisboa no Quiosque de Refresco do Largo de Camões (todos os dias, das 7h30 à 1h00), onde parámos para um café e um delicioso queque de baunilha. Já há muito tempo que eu queria ir conhecer os antigos quiosques e antes de partir para a capital tinha planeado ir até ao Quiosque do Príncipe Real, mas vai que o do Largo de Camões se atravessou primeiro no nosso caminho e uma paragem na sua esplanada cheia de vida pareceu-nos uma boa maneira de começar o nosso passeio. Este é um sítio onde se vendem refrescos e sabores tradicionais portugueses e onde se pode descontrair de dia ou de noite, sem corantes nem conservantes. No Domingo, antes de regressarmos para Aveiro, voltámos lá para comprar uma garrafa de xarope de groselha e dois queques para a viagem, trazendo connosco um pouco dos sabores da nossa infância e um cheirinho das horas de dolce far niente.
De queque no bucho arrancámos para o Príncipe Real para irmos espreitar o Mercado Biológico, que funciona todos os Sábados de manhã no Jardim do Princípe Real (das 8h00 às 14h00), deambularmos pelas suas ruas e apreciarmos as vistas sobre Lisboa. Numa dessas ruas fomos dar com uma gulosa surpresa... a pequena chocolataria Claudio Corallo (Rua Cecílio de Sousa, 85; 2ª a 6ª, das 10h00 às 19h00, Sábado, das 10h00 às 14h00).
O nome não me era estranho e veio-me à memória a foto dum gelado. Estava calor e eu começava a ficar cansada de andar rua acima e rua abaixo, por isso fomos até lá para um gelado de chocolate. Azar dos azares a sorveteira estava avariada e não havia gelado para ninguém. A senhora apresentou-nos como alternativa um chocolate quente. Apesar do calor claro que aceitei a sugestão, o chocolate era maravilhoso, no entanto soube a pouco e com tanto chocolate à vista era pecado ficar apenas por ali. Com a lista de chocolates na mão decidimo-nos por um bocado de chocolate com frutos secos, uns quadradinhos de chocolate com café e uma tira de chocolate com avelãs. É difícil sair desta loja sem perder a cabeça e já de saquinha na mão e conta a começar a ser feita não consegui resistir às mini fatias de salame que estavam à minha frente. Por minha vontade assentávamos arraiais na loja, mas tínhamos de seguir caminho e partir para outras paragens. Voltámos até ao Chiado e depois descemos a Rua do Alecrim até ao Cais do Sodré, para darmos uma volta junto ao rio Tejo e pelo Mercado da Ribeira.

Ao descer a rua dois espaços chamaram a minha atenção, um devido à porta vermelha da entrada e à montra com um cesto de pão com um aspecto maravilhoso (Quinoa, padaria biológica, mas também casa de chá e loja gourmet) e outro devido ao mega Galo de Barcelos que tinha na parede. Ao fazermos o regresso ao Chiado, desta vez a subir, lá comecei a choramingar uma pequena pausa para beber uma água e comermos qualquer coisa para enganar o estômago. Entrámos então no Cais do Chiado (Rua do Alecrim, 26M; 2ª a 6ª, das 8h30 à 0h00, Sábado, das 10h00 à 0h00 e Domingo, das 10h00 às 16h00), que conforme ao que fores é cafetaria, mercado biológico e restaurante e aos fins-de-semana tens direito a brunch. O espaço é agradável e podes beber uma água ou comer qualquer coisa enquanto descansas ao som da bossa-nova. O atendimento é simpático mas não me convenceu muito.
Já estávamos sentados quando pedimos um folhado de frango, uma "cestinha" de queijo de cabra (um bocado enjoativa) e uma água e o empregado nos diz que nos podiamos levantar para ir "escolher" a bebida. Ora nós já tinhamos escolhido a bebida, por isso não havia necessidade de nos levantarmos. A meu ver, uma vez o cliente estando sentado e já tendo escolhido o que vai beber, não faz muito sentido ter de se levantar para ir buscar a bebida. Mas enfim, devem ser modernices da capital, aquele género de coisas que quem vem da "santa terrinha" não entende. Apesar disso o lugar merece uma visita pelo ambiente informal ou para ganhares forças antes de chegares ao cimo da rua.
O resto do dia foi passado a não fazer nenhum, na Esplanada/ Miradouro do Adamastor (Rua de Santa Catarina; horário de Verão: todos os dias, das 10h00 às 04h00; horário de Inverno: todos os dias, das 12h00 às 21h00), enquanto comíamos um gelado, bebíamos uns finos, apreciávamos o rio Tejo a correr ao fundo e trocávamos dois dedos de conversa. Este é um sítio descontraído e ideal para recuperar dos dias de trabalho, da rotina do dia-a-dia e recarregar baterias enquanto fazes a fotossíntese em dias de sol.

Por um lado sinto uma inveja tremenda dos lisboetas por poderem usufruir de espaços como aqueles por onde passámos sempre que quiserem, por outro acho que não conseguiríamos viver ao ritmo acelerado a que eles vivem, onde tudo é a correr, sempre cheios de pressa (até mesmo ao fim-de-semana) e a buzinar por tudo e por nada...

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