quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Dia Nacional do Mar

Sou filha de embarcado, sou neta e bisneta de homens do mar. Por causa desta ligação familiar, e pela sua proximidade, tenho desde criança uma paixão muito grande pelo mar. Mesmo que por causa dele, em muitas viagens que duravam meses, o único contacto que tinha com o meu pai era através de cartas ou postais que atravessavam o oceano.
No dia em que regressava a terra costumávamos ir com a minha mãe para os Pilotos da Barra esperar por ele. Eu aguardava sempre a sua chegada com ansiedade. Gostava de ir a correr abrir o saco dele para sentir o cheiro a mar, misturado com o cheiro a gasóleo, que vinha agarrado às suas roupas. Claro que também esperava encontrar por lá alguma prenda.
Pensando que podia continuar a tradição familiar, mas numa vertente diferente, no secundário escolhi a área de "Produção Aquática", onde aprendi a conhecer as potencialidades do mar, a necessidade de protegermos os seus recursos e a fazer redes.  Com este conhecimento vieram as primeiras discussões lá em casa sobre a exploração excessiva dos recursos marinhos, a legislação que vinha da CEE e a falta de uma política de pesca sustentável. 

Recordo estes tempos porque hoje comemora-se o Dia Nacional do Mar e discute-se sobre como criar valor com os oceanos e sobre a economia do mar. Agora que o meu pai é recém reformado já não falamos tanto acerca do futuro dos oceanos, mas é impressionante como tantos anos depois a questão da sustentabilidade do pescado ainda continua tão presente.

Enquanto consumidores não devemos ficar à espera que o poder político encontre soluções, temos sim de escolher o peixe certo para o nosso prato. Com o gráfico "Which fish are okay to eat?", no site InformationIsBeautiful, ou numa versão mais portuguesa Que peixe comer?, podemos descobrir que peixes podemos incluir nas nossas refeições do dia-a-dia, contribuindo para que outros pais continuem a sair para o mar e a regressar com peixe nas suas redes.

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